Armação ilimitada – A Copa do Mundo de 2014 foi tema de reuniões da presidente Dilma Rousseff com assessores e ministros de pastas relacionadas ao tema, nesta segunda-feira (25). A convocação das autoridades envolvidas direta ou indiretamente com o evento esportivo aconteceu depois que o ministro do Esporte, Orlando Silva Jr., declarou no final de semana prolongado que em termos de atrasos nas obras a maior preocupação é São Paulo.
Não faz muito tempo, o ucho.info noticiou em primeira mão o motivo de uma repentina viagem de Dilma Rousseff a São Paulo. Ladeada por Luiz Inácio da Silva, a presidente reuniu-se com o governador Geraldo Alckmin e com o prefeito paulistano Gilberto Kassab, ocasião em que ficou decidido que o estádio que servirá para o jogo de abertura da Copa de 2014 será o “Itaquerão”, a ser construído pelo Corinthians no bairro de Itaquera, no extremo da Zona Leste da cidade.
No encontro também ficou decidido que as obras do novo estádio alvinegro deveriam começar no máximo até abril, mas até agora nada foi feito para que os organizadores do maior evento futebolístico do planeta recobrassem os ânimos.
A declaração de Orlando Silva Jr. é mais uma cortina de fumaça disparada pelo Palácio do Planalto, pois cumprir a promessa de Luiz Inácio da Silva, que disse na sede da FIFA que o Brasil realizaria a melhor Copa da história, é missão que ultrapassa a barreira do impossível. Fora a questão da praça esportiva para o jogo de abertura, que poderia ser o estádio Cícero Pompeu de Toledo (Morumbi) não fossem as rusgas que separam o presidente do São Paulo Futebol Clube e Ricardo Teixeira, há um sem fim de outros temas que deveriam merecer a atenção do governo federal, mas são ignorados de forma escandalosa.
Um dos grandes problemas da Copa de 2014 são os aeroportos brasileiros, assunto que foi o centro das críticas do secretário-geral da FIFA, Jérôme Valcke, que acabou na alça de mira do fanfarrão Lula da Silva e foi chamado de “idiota”. Desde as críticas de Valcke até agora, pouco ou nada foi feito para melhorar os aeroportos nacionais, que como vem alertando o ucho.info nos últimos anos operam muito acima da capacidade.
No aeroporto de Guarulhos – o nome oficial é Governador André Franco Montoro –, o maior e mais movimentado do País, a situação superou o caos com muita folga. E esse cenário caótico não se limita às instalações do aeroporto, mas em tudo o que acontece em sua órbita. Com preços abusivos, o estacionamento do aeroporto de Guarulhos está quase sempre lotado. Diante disso, resta aos passageiros ir e voltar de táxi. Acontece que os táxis que atendem ao principal aeroporto brasileiro são insuficientes nos momentos de pico de movimento.
Na última quarta-feira (20), quem desembarcou no aeroporto de Guarulhos, por volta das 20 horas, e tentou voltar para casa a bordo de um táxi precisou de doses extras de paciência. A fila de espera era de uma hora ou mais. Considerando que uma partida de futebol, já incluso o intervalo de quinze minutos, dura 1h45, os aeroportos brasileiros estão na marca do pênalti.
Mas isso não é tudo no pífio cenário que antecede a Copa de 2014. Há muito sabe-se que a capital paulista não tem infraestrutura suficiente para receber os apaixonados por futebol que desembarcarão na terra dos bandeirantes. A solução, segundo especialistas, será decretar feriado municipal nos dias de jogos, o que suspenderia as aulas, interromperia o trabalho nas repartições municipais, reduziria o trânsito e aliviaria o transporte público. Mesmo assim, a medida pode ser inócua, pois a maior cidade brasileira abriga nada menos do que 7 milhões de automóveis.
As obras de infraestrutura nas cidades-sede da Copa só ganharão velocidade no momento em que os candidatos às eleições municipais forem definidos. Só assim, criando palanque para os companheiros e aliados, é que o Palácio do Planalto passará a liberar as verbas necessárias para a adequação das cidades que receberão o maior certame do futebol planetário.
Dilma Rousseff poderia fazer um enorme favor ao Brasil, nomeando o companheiro Lula para coordenar a operação da Copa do Mundo. Assim o planeta veria com antecipação o messiânico ex-presidente entrar de vez para a história pela porta do fundo. Algo que falta pouco para acontecer. (Ilustração: Mário Alberto)
