França luta para decifrar acidente aéreo, mas tragédia da TAM esbarrou nas ameaças do Planalto

Inveja dos franceses – É possível que os esforços do governo da França para decifrar o acidente com o avião da Air France que caiu no Oceano Atlântico ainda demorem, mas pelo menos as autoridades francesas estão empenhadas em descobrir o que fez com que o voo 447, entre as cidades do Rio de Janeiro e Paris, fosse brusca e tragicamente interrompido. Após a retomada das buscas pelas caixas pretas – na verdade são laranjas – as equipes envolvidas na operação acabaram encontrando o corpo de um passageiro no que restou da fuselagem da aeronave. Um navio francês recebeu o corpo, que será submetido a exame de DNA.

Diferentemente do que acontece no palácio do Eliseu, sede do Executivo francês, que busca dar à opinião pública uma resposta à altura das expectativas, nos escaninhos do poder verde-louro a ordem é arrastar ao máximo a divulgação da verdade sobre o acidente com o Airbus da TAM, o maior e mais trágico da aviação brasileira.

Desde os primeiros momentos após o acidente ocorrido no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, em julho de 2007, autoridades federais têm se empenhado para evitar que a verdade venha à tona. Há dias, como já noticiado, a reportagem do ucho.info conversou longamente com uma autoridade policial paulista que participou do inquérito que investigou as causas do acidente. Sob a condição do sigilo, detalhe que marcou sua trajetória profissional, nosso entrevistado disse que a má condição da pista do aeroporto paulistano provocou a tragédia que tirou a vida de 199 pessoas.

Quem acompanhou o caso de perto sabe que alguns palacianos, muitos dos quais integrantes do atual governo, abusaram de ameaças sórdidas e covardes para que a culpa não recaísse sobre o então presidente Lula da Silva e seus comandados. Tanto é assim, que a análise das caixas-pretas do Airbus da TAM, realizada nos Estados Unidos, foi acompanhada por parlamentares ligados ao messiânico Lula.

Como morto não fala, exceto em centro espírita, a saída encontrada pelo Palácio do Planalto foi colocar a culpa nos pilotos da aeronave que se espatifou e incendiou ao final da pista de Congonhas.