Estados e capitais do Nordeste lideram ranking de mortes por arma de fogo no Brasil

Índice menor – Quatro estados do Nordeste estão entre os cinco mais violentos do Brasil, na frente inclusive do Rio de Janeiro e de São Paulo. Alagoas continua no topo, com o maior índice de violência – 83,3% – segundo estudos divulgados na manhã desta quinta-feira (5) pela Confederação Nacional de Municípios. Em seguida aparecem os estados da Bahia (81,3%), Paraíba (80,5%), Rio de Janeiro (80,1%) e Pernambuco (78,9%).

Em 2009, ano dos últimos dados disponíveis no Ministério da Saúde, a média de utilização das armas em assassinatos foi de 71,2% – cifra menor que o recorde de 71,6% de 2007

No ranking das capitais mais violentas em relação às mortes por armas de fogo, também três capitais nordestinas lideram o ranking. Salvador, Vitória, Maceió, Recife e Rio de Janeiro lideraram em 2009. O estudo revela que o Norte do país é a região onde menos se usam armas de fogo na prática de homicídios – nas capitais Boa Vista, Palmas, Macapá e Rio Branco, por exemplo, o índice não chega a 50%.

“Estamos dando continuidade ao mapeamento da violência armada nos Municípios para orientar os gestores públicos brasileiros no enfrentamento deste grave problema social”, destaca o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski. O estudo deste ano, salienta, traz uma novidade: um quadro peculiar que revela como está o envolvimento das mulheres com o crime, além de destacar algumas informações sobre violência doméstica. “Nessas regiões o acesso às armas não é comum e outros instrumentos letais são utilizados”, explica Ziulkoski.

De acordo com o estudo da CNM, em 2009, 8,5% das vítimas assassinadas no Brasil eram mulheres – quase 40 mil morreram nos últimos dez anos. “Falta um acompanhamento sistemático e eficiente sobre a violência contra as mulheres no Brasil. O trabalho da CNM é um dos pioneiros porque os homens são responsáveis pela marca de 90% das vítimas de homicídios”, avalia o dirigente da CNM.

O levantamento indica que, na maioria dos casos, as mulheres são assassinadas em um contexto de violência domestica, em brigas com o marido ou companheiro. “Mas, infelizmente, o Sistema de Informações sobre Mortalidade [SIM] não informa o sexo do autor do homicídio e nem o tipo de relacionamento que existia com a vítima”, lamenta Ziulkoski. Segundo ele, isso impossibilita a detecção mais eficiente de dados em razão de violência doméstica e familiar contra a mulher.

Sobre o estado civil das mulheres assassinadas, as solteiras respondem por 61% nos últimos dez anos, enquanto as casadas representam 17%. A faixa etária mais afetada é a dos 20 a 29 anos, 30%. Depois, vêm as mulheres de 30 a 39 anos, as de 15 a 19 e as de 40 a 49 anos de idade.

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