Marcha à ré – O Código Florestal Brasileiro, que na noite de quarta-feira (11) patrocinou mais um espetáculo de incoerência do PT, teve a votação adiada por conta do medo do Palácio do Planalto de sofrer uma sonora derrota imposta pela oposição. Em decisão meteórica, o líder do PT na Câmara, deputado Paulo Teixeira (SP), se perdeu ao discursar para defender a retirada de pauta do projeto elaborado por Aldo Rebelo (PCdoB-SP).
Produtor rural e deputado federal pelo PTB paulista, Nelson Marquezelli, em conversa com o jornalista Gilmar Corrêa, editor-adjunto do ucho.info, creditou à oposição o tropeço sofrido pelo Código Florestal. Marquezelli disse que os partidos de oposição concordaram em apresentar apenas uma emenda ao projeto do Código, mas isso se deu antes da votação do mérito da matéria. Ou seja, na opinião do parlamentar petebista a oposição apresentou emenda antes da hora.
Com o adiamento da votação, o projeto que cria o novo Código Florestal Brasileiro fica sem data para ser votado e as questões relacionadas ao tema poderão ser gerenciadas por decreto presidencial, o que representa um retrocesso democrático sem precedentes.
Nelson Marquezelli, que conversou com a reportagem do ucho.info nos primeiros minutos desta quinta-feira (12), lembrou que a decisão do Palácio do Planalto de empurrar a votação pode colocar um projeto importante como o do Código Florestal no mesmo limbo em que se encontram a PEC 300 (cria piso nacional de salário para os policiais) e a Emenda 29 (destina mais verbas federais para a Saúde).
Se a previsão do deputado Marquezelli se confirmar, o que não é difícil, o Brasil terá mandado pelos ares a grande oportunidade de manter a sua monumental capacidade de produção de alimentos, o que garante o superávit da balança comercial, e adotar políticas ambientais inteligentes e inusitadas, sem criminalizar os proprietários rurais que se adequaram à legislação que ainda está em vigor.