Oposição quer investigação sobre enriquecimento meteórico de Palocci nos últimos quatro anos

Origem do dinheiro – A liderança do PPS na Câmara dos Deputados informou, há pouco, que pedirá à Procuradoria-Geral da República a abertura de inquérito para investigar suposto enriquecimento ilícito do ministro da Casa Civil, Antonio Palocci Filho. O partido também requisitará abertura de sindicância pela Comissão de Ética Pública da Presidência da República e apresentará requerimento na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara para ouvir o ministro. As duas solicitações devem ser protocoladas na terça-feira (17).

Hoje à tarde, o presidente da Comissão de Ética Pública da Presidência da República, Sepúlveda Pertence, afirmou que o órgão não vai analisar o caso sobre o aumento de patrimônio do ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci. “Não há, no momento, o que apurar”.

O PPS quer saber de onde veio o dinheiro que permitiu que o patrimônio de Palocci ficasse vinte vezes maior em quatro anos. Como agente público, por lei Palocci é obrigado a apresentar anualmente aos órgãos de controle do governo sua declaração de imposto de renda. A medida visa impedir que, investidas de cargos públicos, autoridades pratiquem tráfico de influência para enriquecer.

“Se, como diz o ministro, o aumento de seu patrimônio é legal, ele poderia revelar para quem sua consultoria prestou serviços e quanto recebeu de cada cliente ao longo dos últimos quatro anos. Isso acabaria com qualquer dúvida sobre o caso”, afirma o líder do PPS na Câmara, deputado federal Rubens Bueno.

Para o presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire (SP), a denúncia do jornal “Folha de S. Paulo” demonstra a “fantástica capacidade de empreendimento do PT”. Ele acredita que o caso deveria também ser monitorado pela Receita Federal, que é responsável por esse tipo de controle. Freire estranha ainda o fato do órgão não conseguir identificar a evolução patrimonial de certos indivíduos.

Nos últimos quatro anos, segundo reportagem da “Folha de São Paulo”, Palocci multiplicou por vinte o seu patrimônio e comprou, sem financiamento, um apartamento de R$ 6,6 milhões e um escritório de quase um milhão de reais, ambos em bairro nobre de São Paulo. Os imóveis foram adquiridos por sua empresa, a Projeto Consultoria Financeira e Econômica.