Exemplo a ser seguido – A Justiça dos Estados Unidos decidiu na manhã desta segunda-feira (16) manter preso o francês Dominique Strauss-Kahn, acusado de tentar estuprar a camareira de um hotel em Nova York. Diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional, Strauss-Kahn foi preso pela polícia nova-iorquina na primeira classe de um avião da Air France que na noite domingo, após a intervenção policial, rumou para a capital francesa.
Em sua decisão, a juíza Melissa Jackson recusou a proposta formulada pelos advogados de soltura mediante pagamento de fiança no valor de US$ 1 milhão, sob a alegação de que em liberdade Strauss-Kahn poderia fugir para a França, país que não extradita os seus cidadãos.
O diretor-gerente do FMI saiu algemado da aeronave que o levaria de volta a Paris, o que mostra que a decisão da Justiça brasileira, mais precisamente do Supremo Tribunal Federal, de impedir que presos não sejam algemados, exceto quando representam risco à sociedade, possibilidade de fuga ou resistem à prisão. A inovação do STF se deu logo após a prisão do banqueiro oportunista DD, cujo nome a Justiça em decisão ditatorial nos impede de citar, durante a Operação Satiagraha, da Polícia Federal.
De igual maneira, a Justiça norte-americana deu um monumental exemplo ao manter preso Strauss-Kahn, pois no Brasil o ministro Gilmar Mendes, do STF, concedeu dois habeas corpus consecutivos ao banqueiro preso pela Polícia Federal.
Por certo surgirá alguém para defender o banqueiro brasileiro, mas fato é que, diferentemente do que ocorre nos Estados Unidos, onde a Justiça é literalmente cega, no Brasil uma ínfima e poderosa minoria sempre é mais igual do que a extensa maioria. Em outras palavras, a Justiça no Brasil condena o ladrão de galinha, mas aqueles que comandam esquemas milionários de lavagem de dinheiro e corrupção ficam, como sempre, livres.
Dominique Strauss-Kahn, que deve permenecer preso pelo menos até a próxima sexta-feira (20), quando nova audiência será realizada na Corte de Nova York, é pré-candidato do Partido Socialista à eleição presidencial francesa de 2012, com chances, até então, de derrotar o atual presidente Nicolas Sakozy.