PSDB tenta acabar com racha durante convenção, mas Fruet fala em “destensionar”, não em solução

Cortina de fumaça – Neste sábado (28), em Brasília, o PSDB está reunido em convenção nacional sob o manto de uma divisão interna sem precedentes. Lideranças tucanas de todo o País desembarcaram na capital dos brasileiros com a informação de que o presidente nacional da legenda, deputado Sérgio Guerra (PE), deve ser confirmado no cargo, mas alguns correligionários levaram na bagagem a possibilidade de que uma reviravolta pode acontecer a qualquer momento, mesmo depois do evento.

Há no tucanato uma onda de maledicência que tem se espalhado em todas as direções, pois no cardápio da legenda o prato principal é a eleição presidencial de 2014. Secretário de Energia de São Paulo, José Aníbal chegou ao evento alertando que “é o momento da oposição preparar uma nova agenda”. Aníbal emendou afirmando que “o governo está indo mal, com várias dificuldades geradas na gestão anterior. A crise grave que atinge o ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, o escândalo na Prefeitura de Campinas, enfim, é o momento da oposição preparar uma nova agenda para o Brasil”.

José Aníbal está coberto de razão, mas entre a teoria e a prática há uma enorme e assustadora distância. Desde o fim da era FHC, para quem não se recorda, a oposição deixou de fazer aquilo que boa parte dos brasileiros esperava que fosse feito: oposição ao Palácio do Planalto e principalmente ao projeto petista de instalar no País uma ditadura civil.

Entre os que não compareceram ao evento partidário está o ex-deputado federal Gustavo Fruet (PR), que preferiu ficar em Curitiba. Em conversa com o ucho.info, Fruet disse acreditar na permanência de Sérgio Guerra no comando do partido, mas lembrou que independentemente do resultado da convenção é preciso estabelecer um “código de convivência”. Do contrário, destacou o tucano paranaense, um continuará falando mal do outro.

Fora isso, Gustavo Fruet apontou como prioridade a criação de um padrão de conduta interna, o que pode resgatar a união partidária, corroída nos últimos meses pelas disputas estaduais. O ex-deputado foi enfático ao afirmar que as disputas estaduais estão acontecendo sem que o presidente do PSDB, Sérgio Guerra, assuma o papel de árbitro para dirimir as desavenças.

Fruet traduziu em poucas palavras o eventual resultado do encontro que acontece em Brasília. “A convenção destensiona, mas não resolve”. O ex-parlamentar justificou sua afirmação lembrando que é prioritária a criação de um padrão de conduta interna, o que pode resgatar a união partidária, corroída nos últimos meses pelas disputas estaduais. E também foi enfático ao afirmar que as disputas estaduais estão acontecendo sem que o presidente do PSDB, Sérgio Guerra, assuma o papel de árbitro para dirimir as desavenças.

Pré-candidato à prefeitura de Curitiba, em 2012, Gustavo Fruet pode deixar o PSDB, uma vez que o governador do Paraná, Beto Richa, tem um acordo com o atual prefeito, Luciano Ducci, do PSB.

Na avaliação do nosso entrevistado, a situação em São Paulo é ainda mais complexa. Como se sabe, há nos bastidores uma silenciosa queda de braços entre o governador Geraldo Alckmin e o ex José Serra. Ainda se desistir do sonho de chegar ao Palácio do Planalto, Serra deve sair candidato à prefeitura da maior cidade brasileira, o que atrapalha os planos de Alckmin, que também quer disputar a Presidência da República. Correndo por fora, mas alimentando a discórdia partidária, está o senador Aécio Neves, de Minas Gerais, que cobiça a cadeira de Dilma Rousseff.