Relator do Código Florestal no Senado, o petista Jorge Viana deixou desmatar 5% do Acre

Rasteira no PMDB – Jorge Viana (PT-AC) não gosta só de helicópteros. Ele também gosta de motosserras. Nos seis primeiros anos da sua gestão como governador do Acre, o seu estado desmatou quase 5.000 km2. Mais de três cidades de São Paulo. O desmatamento aumentou 42% no período.

Em apenas seis anos, Jorge Viana (PT-AC) foi o governador responsável por 30% de todo o desmatamento da história do Acre. Com ele, o Acre perdeu 5% das suas florestas, de acordo com o blog “Coturno Noturno”. É ele, o amigo da ex-senadora Marina Silva (PV), que vai relatar o Código Florestal.

O anúncio foi feito pelo presidente da Comissão de Meio Ambiente do Senado, Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), que também estava cotado para assumir a função, em meio às notícias de que o relator seria o peemedebista Luiz Henrique da Silveira. O senador por Santa Catarina foi governador do estado quando foi aprovado pela Assembléia Legislativa um polêmico projeto ambiental para o estado e que teria servido como modelo para o texto base relatado pelo deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) e aprovado pela Câmara dos Deputados.

Jorge Viana é ex-governador do Acre e registra em sua trajetória política proximidade com a ex-senadora Marina Silva (PV), que tem feito duros ataques ao Código. Petista, o senador também é visto como um interlocutor seguro pelo Palácio do Planalto, de onde a presidente Dilma Rousseff também tem feito críticas ao texto aprovado pela Câmara.

O senador do PMDB é visto como favorável a propostas como dar aos Estados maior poder na legislação ambiental. Ele integra o grupo de sete senadores considerados autênticos dentro do partido, adversários do grupo integrado pelos senadores Renan Calheiros (AL) e José Sarney (AP) e do vice-presidente da República Michel Temer (SP).

Anunciado como relator, segundo informou a “AE”, Viana já sinalizou que vai propor algumas mudanças no texto aprovado pela Câmara. Segundo ele, existem “quatro ou cinco pontos” que precisam ser debatidos com mais profundidade. Uma das questões é justamente o papel dos Estados na legislação. O petista destaca que a Constituição permite aos Estados apenas atuar de forma complementar. “A União tem de ter a prerrogativa de dar a palavra final”, defendeu.

Os líderes no Senado desejam que a presidente Dilma Rousseff amplie o prazo para o início da vigência das punições a produtores rurais que não registram a reserva legal em seus imóveis. Um decreto presidencial determina que as punições comecem a ser aplicadas em 11 de junho.