Fiasco a caminho – Quando a FIFA anunciou, em Zurique, que o Brasil seria a sede da Copa do Mundo de 2014, o então presidente Luiz Inácio da Silva disse que o País faria a melhor competição futebolística de todos os tempos. É fato que tal declaração estava carregada de um conhecido falso messianismo, mas os brasileiros jamais imaginaram ser protagonistas de um dos maiores fiascos da história. Pelo menos é isso que conclui quando analisamos o andamento das obras para o mais importante e badalado certame do futebol planetário.
Secretário-geral da FIFA, o francês Jérôme Valcke externou recentemente a sua preocupação com a caótica situação dos aeroportos brasileiros. Por conta dessa ousadia (sic), Valcke foi chamado de “idiota” de forma indireta por Lula da Silva, ofensa que se estendeu a todos aqueles que apostaram no tropeço do governo verde-louro na realização das obras.
Na última terça-feira (31), o Palácio do Planalto anunciou, ao final da reunião com prefeitos e governadores envolvidos com a Copa de 21014, a privatização dos aeroportos Governador André Franco Montoro (Cumbica – Guarulhos), Viracopos (Campinas) e Juscelino Kubitscheck (Brasília). A medida foi adotada porque mesmo com a promessa do governo federal de investir R$ 5,6 bilhões na reforma, ampliação e modernização dos principais aeroportos brasileiros, a capacidade de execução dos atuais mandatários é reconhecidamente fraca, algo que já constatado nas obras do Programa de Aceleração do Crescimento, o malfadado e eleitoreiro PAC.
Acontece que a privatização dos três aeroportos não resolverá o problema, especialmente porque as concessões, vencidas as barreiras impostas pela burrica da burocracia, só sairão no começo de 2013. O que mostra que os já anunciados “puxadinhos” podem não sair a tempo e a contento. É fato que a qualidade da engenharia brasileira é reconhecida em diversos pontos do planeta, mas o Brasil ainda está a anos-luz de ser uma fábrica de milagreiros.