Recado dado – O escândalo envolvendo o ministro Antonio Palocci Filho, da Casa Civil, aumentou sobremaneira a crise que toma conta do governo de Dilma Rousseff. Logo após a votação na Câmara dos Deputados do projeto de lei que cria o novo Código Florestal Brasileiro, o PT palaciano e o PMDB passaram a trocar farpas quase intermináveis. O ápice da crise “conjugal” ficou por conta de Palocci Filho, que comunicou ao vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), que o partido poderia perder os ministérios que ocupa atualmente caso a infidelidade prevalecesse na relaçào.
A conversa entre Temer e Palocci acabou vazando, o que deixou Dilma Rousseff em situação ainda mais complicada. No contraponto, o PMDB, que engrossou o discurso no rastro das ameaças do ministro da Casa Civil, reforçou ainda mais o seu poder de barganha. E evitar a ida de Antonio Palocci Filho ao Senado Federal ou à Câmara dos Deputados acabou entrando no cardápio da discussão, o que deve render ao partido mais uma leva de cargos de destaque no primeiro e segundo escalões do governo federal.
Michel Temer disse recentemente que o entrevero com Palocci era coisa do passado, mas isso não é verdade. No programa político que o PMDB levar ao ar na noite desta quinta-feira (2), em rede de rádio e televisão, a estrela maior será o ex-presidente Luiz Inácio da Silva. E o convite partiu do próprio Michel Temer. A participação de Lula mostra que Dilma pouco manda no governo e que a mágoa do PMDB, além de venenosa, continua grande. E a prova mais contundente dessa situação é que Dilma, que deveria ter sido convidada para participar do programa político, acabou abandonada. Fora isso, Lula deixa claro que é candidato ao Palácio do Planalto em 2014.
Se Dilma Rousseff não reforçar e renovar sua assessoria política, o PMDB pode com muita facilidade colocar a presidente em situação de extrema dificuldade. Até porque, no vácuo de qualquer tropeço de Dilma o PMDB surgirá como tábua de salvação.
