Faca amolada – A situação de Antonio Palocci Filho piorou consideravelmente nos rastro da indecisão do staff do Palácio do Planalto ao definir o futuro do ministro-chefe da Casa Civil, uma espécie de braço avançado de Lula da Silva no governo da companheira Dilma Vana Rousseff.
Tão logo o escândalo da “Projeto”, empresa de consultoria financeira de Palocci Filho, veio à tona, petistas da tropa de choque afirmaram repetidas vezes que o assunto era coisa do passado. Os palacianos apostaram no esquecimento do caso pela opinião pública, mas isso acabou não acontecendo, pois a oposição, que precisava de um motivo extra para recobrar as forças, fez com que o imbróglio permanecesse na mídia muito mais tempo do que gostariam os petistas.
Líder do PSDB na Câmara dos Deputados, Duarte Nogueira (SP) acredita que com o agravamento da situação de Antonio Palocci Filho será viável criar uma CPI para investigar o petista. “Com a piora no quadro, até mesmo parlamentares da base poderão nos apoiar”, declarou o parlamentar tucano.
Procedente, o otimismo de Duarte Nogueira pode enfrentar um contratempo. A presidente Dilma Rousseff deve anunciar a saída de Palocci nas próximas horas, confirmando o que noticiou o ucho.info na manhã desta segunda-feira (6). A saída de Palocci pode, logo de início, representar um alívio para a base governista, que tenta evitar o pior, mas na verdade servirá de combustível extra para a criação da CPI.
Independentemente da demissão de Palocci Filho, a escolha do novo chefe da Casa Civil passará obrigatoriamente pelo crivo de Lula, que no núcleo de elite do governo de sua sucessora fez cinco indicações: Antonio Palocci Filho (Casa Civil), Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência), Guido Mantega, (Fazenda), Miriam Belchior (Planejamento), Paulo Bernardo da Silva (Comunicações) e José Eduardo Martins Cardozo (Justiça).
No caso de a escolha do novo ministro da Casa Civil – fala-se em Paulo Bernardo – fugir do controle de Lula da Silva, o governo de Dilma Rousseff estará fadado a uma enxurrada de denúncias, para a alegria do PMDB.
