Decisão do procurador-geral sobre Palocci permite ao Planalto dar como encerrada a crise política

Sob o tapete – A demissão de Antonio Palocci Filho, ministro-chefe da Casa Civil, estava decidida na segunda-feira (6), mas não foi anunciada por conta da visita oficial do tiranete venezuelano Hugo Chávez ao País. O próprio ministro, nas primeiras horas de ontem, admitiu que o melhor seria deixar o comando da mais importante pasta do governo federal. Acontece que na noite de segunda-feira uma reviravolta aconteceu no vácuo da decisão do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, que arquivou o pedido apresentado pelos partidos de oposição para que Palocci Filho fosse investigado.

Diante do inexplicável recuo da Procuradoria-Geral da República, o Palácio do Planalto já trabalha como se a crise estivesse solucionada, declarou o ministro Paulo Bernardo da Silva, das Comunicações, que participou nesta manhã de evento em Brasília e é um dos nomes mais cotados para substituir Palocci Filho. Perguntado sobre a possibilidade de a decisão de Roberto Gurgel ter sepultado a primeira crise política do governo de Dilma Rousseff, o ministro afirmou que “a crise sempre tem mercado e existe gente que ganha investindo em crise, mas o governo vai trabalhar como se isso estivesse resolvido”.

Diferentemente do que pensam e vociferam os palacianos, a crise não está resolvida, pois a indignação corre solta não apenas na oposição e na opinião pública, mas também e principalmente em algumas alas do Partido dos Trabalhadores, que têm cobrado a saída imediata de Palocci. Resumindo, não será fácil para Dilma Rousseff contornar a crise política, pois o chamado “fogo amigo” tem prevalecido no imbróglio que vem chacoalhando as estruturas do governo federal.

E mais: para decifrar a origem da artilharia contra Antonio Palocci Filho basta acompanhar atentamente os petistas ilustres que adotaram o silêncio durante a turbulência que tem tirado o sono da presidente Dilma.