Dilma se emociona, tropeça nas palavras e faz força para esconder a realidade no adeus a Palocci

Fio trocado – Nada diplomática no trato com as pessoas e com pouca experiência para lidar com crises e tropeços políticos, Dilma Rousseff deve redobrar a atenção de agora em diante, pois o fogo amigo, que derrubou Palocci Filho, por certo ganhará reforço extra nos bastidores do Partido dos Trabalhadores.

“Agradeço do fundo do meu coração ao meu amigo Antonio Palocci”. Assim a presidente Dilma Rousseff colocou um ponto final na cerimônia de posse da nova chefe da Casa Civil, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), que substituiu o demissionário Antonio Palocci Filho. “Estaria mentindo se não dissesse que estou triste”, disse. “Palocci era central em seu governo por motivos administrativos, políticos e pessoais”, emendou a presidente.

Petista nova, Dilma lembrou a dedicação de Palocci Filho na campanha eleitoral que garantiu sua chegada ao principal gabinete do Palácio do Planalto. “Ele foi, juntamente com outros dois companheiros, um dos artífices da viagem que me elegeu presidente”, declarou Dilma Rousseff, citando inominadamente o ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo, e o ex-presidente do PT, José Eduardo Dutra.

Deixando de lado o tom emocional que imprimiu ao seu discurso, a presidente Dilma Rousseff tropeçou enormemente ao afirmar que “o governo jamais ficará paralisado com o debate político”. Uma declaração insensata, pois a política se faz com o debate, algo que o PT parecer ter ojeriza, o que explica o “Mensalão do PT” e outras manobras. Ademais, o governo que ela comanda ficou paralisado durante quase quatro semanas por conta do escândalo envolvendo Antonio Palocci.