Líder do PT no Senado afirma que até Lula ajudará Ideli Salvatti nas negociações

(*) Maurício Nogueira, especial para o ucho.info –

O líder do PT no Senado, Humberto Costa, afirmou após a posse da ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, nesta segunda-feira (13), que ela não estará sozinha na missão de negociar com os interlocutores parlamentares no Congresso. “É um esforço que não será apenas dela, do presidente do partido, dos líderes, creio que até do presidente Lula, no sentido de nós encontrarmos realmente uma paz em algo que eu acho que é perfeitamente possível de se fazer, rapidamente”, enfatizou.

A posse da ministra Ideli foi marcada pelo esforço de passar uma imagem “ternurinha”. “Sempre ganhei mais batalhas conciliando que divergindo. Serei firme nos princípios e afável na abordagem”, disse. A firmeza se traduz em forte truculência e a afabilidade fica por conta da mudança de imagem “marqueteada”. As apostas são de que o novo jeito “afável” deverá colaborar no imbróglio dos tais documentos secretos, que muitos políticos vivos querem que permaneçam sepultados.

Durante a cerimônia de posse, as pérolas da “ternurinha” Ideli Salvatti foram transmitidas ao longo do discurso, cuja cerimônia conduziu o “garçom” José Sérgio para o ministério da Pesca. “O respeito a todos os partidos que compõem a base aliada é tarefa central. Meu trabalho será de conversar, conversar e negociar”, destacou. E que ainda deixará as “portas abertas” para receber tanto os que concordam com ela, quanto os que divergem. “Quero garantir todo o apoio. Portas sempre abertas para o fortalecimento do pacto federativo”, afirmou.

Ideli pediu o apoio dos demais ministros de Estado e disse que cabe a ela apenas coordenar os trabalhos. Ela afirmou ainda que usará princípios da pescaria nos trabalhos como ministra da SRI. “Lembrarei de atitudes fundamentais para o sucesso de uma boa pescaria. A paciência e a espera. Paciência para encontrar o caminho do entendimento. E a espera para que sempre que a urgência se faça necessária, compreender que o recuo é fundamental”, disse.

Na opinião do líder petista, as negociações deverão ficar concernentes à Câmara. “No Senado, a nossa situação é de tranquilidade”, ressaltou. Para complementar que no Senado “a nossa preocupação principal é a eleição do ano que vem. Então eu entendo que não haverá grandes disputas, grandes dificuldades. As pendências que, eventualmente, poderiam haver do partido em relação a governo, com esse novo desenho da Secretaria de Relações institucionais com o foco na articulação política, eu acho que também essas questões serão resolvidas.”

Apesar de Humberto Costa tocar na palavra transparência, o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR) afirmou que iria ser retirado o status de urgência do projeto, que retornaria à Comissão de Relações Exteriores. Questionado se haveria alguma pressão por parte do governo para resolver a questão dos documentos sigilosos, Jucá negou que haja. “Não se trata de pressão, se trata de colaborações de emendas que surgiram, que nós vamos debater com calma essa matéria. Nós vamos retirar a urgência do projeto e vamos debater em dois ou três meses o projeto avaliando as emendas. Portanto, dando condição de se votar um texto que seja a visão da maioria dos senadores.”