Analistas projetam recuo da inflação em 2011, mas governo federal continua alimentando a gastança

Balão de ensaio – Divulgado nesta terça-feira (14), o Boletim Focus, que consultou analistas financeiros, mostra que o mercado aposta em um recuo da inflação para o corrente ano. De acordo com os entrevistados, o IPCA deve encerrar 2011 em 6,19%, contra 6,22% da previsão anterior (o teto é de 6,5%). Os números divulgados pelo boletim do Banco Central não merecem comemoração oficial, pois no contraponto há a expectativa de que o crescimento da economia nacional fique abaixo dos 4%, o que contraria as efusivas declarações dos palacianos no final do governo do então presidente Luiz Inácio da Silva.

Para o próximo ano, segundo os analistas, a previsão é de que a inflação chegue à casa dos 5,13%, contra os 5,10% previstos anteriormente. Economistas acreditam que em 2012 será possível trazer a inflação para o centro da meta, que atualmente é de 4,5% ao ano.

O recuo nas projeções da inflação para este ano decorre de fatores externos, em especial uma queda nos preços das commodities no mercado internacional. Tal situação evidencia a falta de empenho do governo federal, que no início da era Dilma Rousseff anunciou corte de R$ 50 bilhões nas contas públicas, mas continua sem fazer a lição de casa. E entenda-se por lição de casa a otimização dos investimentos, a redução da dívida pública, a reforma tributária e o desaparelhamento da máquina federal. Sem contar que o combate à corrupção, que consome verdadeiras fortunas dos cofres oficiais, deve acontecer de forma firme e incessante.

É importante destacar que o segundo semestre, como sempre acontece, será marcado por negociações salariais, operação que conta com o comando de centrais sindicais engajadas e muito articuladas. E esse fator terá influência na inflação, podendo inclusive a atropelar as projeções divulgadas pelo Boletim Focus. Fora isso, o reajuste de algumas tarifas, como de telefone e energia elétrica, deve reforçar a pressão inflacionária.

Muito estranhamente, até agora nenhum petista adulador de Luiz Inácio da Silva ousou questionar a o amaldiçoado espólio deixado pelo ex-presidente à sucessora Dilma Rousseff, que na última semana reconheceu a importância da atuação de Fernando Henrique Cardoso para a estabilidade econômica do País.