Cabral Filho dá “carteirada” e corpo da namorada do filho, morta na Bahia, é trasladado em avião da FAB

Privilégio oficial – O acidente com um helicóptero no litoral sul da Bahia, que deixou sete mortos, revelou detalhes do comportamento do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho (PMDB), que estava em Trancoso para uma festa de aniversário.

Cabral Filho aguardava o retorno do helicóptero para embarcar com destino ao Jacumã Resort, onde o empresário Fernando Cavendish, dono da Delta Engenharia, comemoraria seu aniversário. Coincidência ou não, a Delta mantém diversos contratos com o governo do Rio de Janeiro. Que Cabral Filho é um irresponsável todos sabem, mas essa proximidade entre o governador e um fornecedor do governo fluminense ultrapassa com folga as barreiras do bom senso e da transparência.

Como se essa relação incestuosa fosse pouco, a decisão de Sérgio Cabral Filho de se licenciar do governo do Rio durante uma semana em razão da dor enfrentada por seu filho Marco Antonio, cuja namorada, Mariana Noleto, morreu no acidente, mostra a sensibilidade do atual inquilino do Palácio Guanabara se resume aos seus familiares. Por ocasião da tragédia ocorrida em Angra dos Reis, Cabral Filho não interrompeu o seu descanso, deixando para visitar o local do acidente dias depois.

O mesmo ocorreu em relação à tragédia que assolou várias cidades da serra fluminense, Sérgio Cabral Filho só foi aos locais atingidos pela destruição quando a presidente Dilma Rousseff decidiu visitar a região. Situação idêntica ocorreu no acidente que provocou dezenas de vítimas e centenas de desabrigados no Morro do Bumba, em Niterói.

Mas isso não é tudo nesse momento de dor e tristeza. Muito estranhamente, o corpo da namorada do filho de Sérgio Cabral Filho foi levado ao Rio de Janeiro em um avião da Força Aérea Brasileira, regalia que não é estendida aos cidadãos comuns. Caso a babá, que morreu no acidente, fosse a única vítima, por certo a FAB não disponibilizaria uma aeronave para o traslado do corpo.

Para se ter ideia do abuso que foi cometido no caso de Mariana Noleto, que não era autoridade, o corpo do pai do editor do ucho.info, que morreu em criminoso e encomendado acidente aéreo no estado de Rondônia, foi despachado à capital paulista como carga. Atesta a Constituição Federal que todos são iguais perante a lei sem distinção de qualquer natureza, mas alguns são mais iguais que a extensa maioria.