Dilma comanda reunião política no Palácio do Planalto e esvazia trabalho de Ideli Salvatti

Dona da bola – Horas depois da demissão de Antonio Palocci Filho, que chefiava a Casa Civil da Presidência da República, a neopetista Dilma Rousseff anunciou que chamaria para si a responsabilidade das negociações políticas, discurso que perdeu força com o convite feito a Ideli Salvatti, que substituiu Luiz Sérgio Nóbrega na Secretaria de Relações Institucionais. Contundo, o que parecia definitivo sofreu uma mudança de rota, mesmo que temporária.

Nesta segunda-feira (27), a presidente comandou uma complexa reunião política, cujo cardápio foi composto pelas dificuldades que o Palácio do Planalto enfrentará nos próximos meses no Congresso Nacional. Além dos ministros que têm gabinete no Palácio do Planalto, participaram do encontro o vice-presidente da República, Michel Temer, os líderes do governo no Senado Federal e na Câmara dos Deputados, Romero Jucá e Cândido Vaccarezza, respectivamente, além dos ministros da área econômica e Orlando Silva Jr. (Esporte), Alexandre Padilha (Saúde) e Édison Lobão (Minas e Energia).

O discurso que mereceu destaque foi o de Orlando Silva, que explicou aos presentes a necessidade de aprovação da Medida Provisória 527, que flexibiliza as regras nas contratações das obras para a Copa do Mundo de 2014 e para os Jogos Olímpicos de 2016. O tema deve ser votado em breve no Senado, mas os partidos de oposição prometem pressionar para que o texto da MP que cria o polêmico “Regime Diferenciado de Contratações” seja alterado.

Fora isso, Dilma Rousseff não quer surpresas na votação da Emenda 29, que exige do Poder Executivo, como um todo, mais investimento na área da saúde. A matéria deve ser votada nas próximas semanas, possivelmente antes do recesso parlamentar. Outro tema que tem preocupado a presidente é o veto de Lula ao item do projeto de lei do pré-sal que dá tratamento diferenciado aos estados produtores de petróleo no âmbito da distribuição dos royalties. Dilma Rousseff quer que o Senado mantenha o veto do ex-presidente Luiz Inácio da Silva.

A decisão da presidente Dilma Rousseff de comandar a reunião política desta segunda-feira esvazia o eventual cacife da ministra Ideli Salvatti, que na semana que ora começa está na linha de tiro por conta do escândalo dos aloprados.