Negócio envolvendo o Pão de Açúcar escancara a incoerência dos assessores de Dilma Rousseff

Perdidos na noite – A eventual fusão do Pão de Açúcar com o Carrefour tem levado os integrantes do governo federal a um espetáculo de incoerências discursivas e à comprovação da incompetência de muitos dos que decidem o futuro do País.

A possível participação do BNDESPar no negócio, que conta com a objeção do grupo francês Casino – controlador do Pão de Açúcar –, fez com que a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, mostrasse aos brasileiros o seu despreparo para o cargo. Questionada sobre a concordância do governo em relação ao negócio que pode criar uma empresa com faturamento anual de R$ 65 bilhões, a ministra disse que não será investido dinheiro público. Pelo que se sabe, o BNDES e suas reticências continuam sendo de propriedade do Estado, o que faz com que qualquer investimento aconteça com dinheiro do contribuinte.

Em outro ponto da Esplanada dos Ministérios, Fernando Pimentel, que responde pela pasta de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, defendeu a fusão sob a alegação de que será uma oportunidade para a colocação de produtos brasileiros no exterior. Pimentel parece estar fora da realidade, pois não será a pequena participação do BNDES na nova empresa que garantirá ao governo a possibilidade de incentivar as exportações. Fora isso, as exportações brasileiras estão cada vez mais inviáveis por conta do chamado custo Brasil e da supervalorização do Real frente às moedas estrangeiras.

A possível participação do BNDES no “Novo Pão de Açúcar” – esse é o nome da eventual nova empresa – exigirá o desembolso de quase R$ 4 bilhões. Enquanto isso, os caóticos aeroportos brasileiros continuam aguardando a liberação dos R$ 5 bilhões prometidos pelo Palácio do Planalto para obras de ampliação e reforma, mas que até agora não saiu do campo do discurso. Como disse certa vez um ébrio filósofo de botequim, “nunca antes na história deste país”.