Tarso com Pimenta – A crise no Ministério dos Transportes alimenta interesses variados na República dominada pelo fisiologismo barato. O tropeço do ex-ministro e senador Alfredo Nascimento, do PR do Amazonas, e mais quatro assessores atiçou as águias que flanam no Planalto Central em busca de mais influência e poder.
Com a iminente queda de Nascimento e as férias de Luiz Antônio Pagot, diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre (DNIT), começaram a surgir possíveis nomes para os cargos vagos. No caso do Dnit, um dos nomes que aparecem é do gaúcho Hideraldo Caron, diretor de Infraestrutura Rodoviária do próprio órgão.
Com a desestabilização da cúpula do Partido da República, sob as asas do deputado Valdemar da Costa Neto, o “Boy”, o PT vê uma oportunidade de emplacar Hideraldo. A favor dele conta uma ligeira aproximação com a presidente Dilma Rousseff. Os dois trabalharam juntos na administração do então governador do Rio Grande do Sul, Olívio Dutra (PT), segundo lembra o jornalista Políbio Braga.
Hideraldo é uma indicação pessoal do deputado Paulo Pimenta, do PT gaúcho, que durante a CPI dos Correios, em 2005, reuniu-se com Marcos Valério na garagem do Senado, em plena madrugada. É também apadrinhado do governador Tarso Genro (PT). Mas a exemplo do DNIT nacional, a superintendência do órgão no estado do Sul do Brasil também não se sustenta diante de uma investigação séria.
O fato é que todas as denúncias contra os personagens do Ministério dos Transportes já seriam conhecidas. Estariam sendo requentadas para alimentar o escândalo e proporcionar as mudanças que o próprio Palácio do Planalto deseja. É o caso, por exemplo, da revelação de que o filho do ex-ministro, Gustavo Morais Pereira, ter conseguido evoluir seu patrimônio em 86.500% em cinco anos.
Com pouco mais de 20 anos, Gustavo seria um menino prodígio nos negócios, cuja “capacidade” já foi explorada na campanha eleitoral do ano passado nos programas eleitorais dos adversários. É o caso também do vídeo onde Nascimento conversa com o deputado federal Davi Alves Silva Júnior (MA), que em troca de emendas no Ministério dos Transportes, trocou o PDT pelo PR.
