Blairo Maggi estuda proposta para assumir Ministério dos Transportes e esvaziar Valdemar Costa Neto

Conselho de Ética – O senador Blairo Maggi, do PR do Mato Grosso, ainda não respondeu ao convite feito pela própria presidente Dilma Rousseff, na noite de quarta-feira (6), para assumir o Ministério dos Transportes. Blairo estaria analisando a proposta junto com amigos e parlamentares do partido, hoje comandado com mão de ferro pelo deputado federal Valdemar da Costa Neto (SP). O senador poderia ter a disposição necessária para enfrentar Costa Neto, que avalizou politicamente a indicação do ex-ministro Alfredo Nascimento, que acabou em desgraça por conta de denúncias.

Blairo deu declarações evasivas, mas mostrou-se sorridente, dando a entender que poderá aceitar o convite. O senador é padrinho político do diretor-geral do DNIT, Luiz Antônio Pagot, que entrou de férias com a eclosão do escândalo nos Transportes. O Palácio do Planalto, com este convite, atenderia a uma parte do PR, manteria o ministério sob o comando do partido e esvaziaria o secretário-geral da agremiação.

Caso Blairo decline do convite, deverá ser confirmado o ministro substituto Paulo Sérgio Passos. Ele é ligado ao ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, e à ministra da Casa Civil. A senadora licenciada do PT do Paraná, Gleisi Hoffmann. Mas Passos depende ser avalisado pelos parlamentares do PR.

Nesta tarde, os dois senadores do PSol, Marinor Brito e Randolfe Rodrigues, informaram que o presidente nacional do partido, Afrânio Boppré, assinou um requerimento para abertura de processo por quebra de decoro parlamentar contra o senador Alfredo Nascimento (PR-AM), que reassumiu seu mandato. “Se ele não serve para ser ministro, também não serve para ser senador”, atirou Randolfe.

Marinor afirmou que ontem o senador João Alberto (PMDB-MA), que preside o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, fez uma “tentativa de constrangimento”. João Alberto teria aconselhado o PSol a não entrar com a representação. Caso contrário, poderia orientar a aceitar uma representação contra Marinor feita pelo deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ). O deputado bateu boca com a senadora por conta da discriminação da homofobia.