Mitomania oficial – Em meados de 2007, o Rio de Janeiro aguardava a abertura dos Jogos Pan-Americanos e Luiz Inácio da Silva ainda não tinha enfrentado a sonora vaia no Maracanã quando o então presidente da República disse que, encerrado o evento esportivo, a capital dos fluminenses teria o melhor e mais eficiente sistema de segurança púbica do País. Quatro anos se passaram e nada do que foi prometido na ocasião se transformou em realidade.
Com o crime organizado dominando o cotidiano da segunda mais importante cidade brasileira e alternando o modus operandi como forma de confundir as autoridades, o Rio de Janeiro continua à espera de uma solução. Governador do Rio de Janeiro, o falastrão Sérgio Cabral Filho (PMDB) emprestou o discurso de Lula e também prometeu o que todos sabiam ser impossível de cumprir.
Em 20 de junho passado, um jovem de 11 anos foi morto por policiais militares em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, durante operação na favela Danon, mas a corporação demorou duas semanas para admitir o crime, deixando a família da vítima convivendo com o desespero e a incerteza. Na quarta-feira (6), a chefe de Polícia Civil do Rio de Janeiro, Martha Rocha, confirmou a morte do menino Juan de Morais. O anúncio ocorreu após laudo pericial ter afirmado ser do sexo feminino um corpo encontrado nos arredores do local do crime. Uma nova perícia foi realizada, desta vez com exame de DNA, e a Polícia Civil fluminense confirmou ser de Juan de Morais o corpo encontrado.
Como era de se esperar, a Polícia Militar informou que ainda não sabe se Juan foi morto por tiros disparados por policiais, que estavam em missão de combate ao tráfico de drogas. A perícia vistoriou o local do crime logo após o incidente e encontrou apenas cápsulas de munição típica da PM. Trata-se de mais um caso que tem tudo para cair no esquecimento, pois, sem condições financeiras, a família da vítima pro certo não contratará um advogado caro e badalado.
É preciso lembrar que sistema eficiente de segurança pública passa obrigatoriamente por diversos setores, inclusive pela Polícia Técnica, responsável pelas análises periciais.