Dirceu quis cassar o mandato de Fiúza com base em evidências, mas diz que no “mensalão” há “ilações”

Dois lados – Ex-ministro da Casa Civil e deputado federal cassado, o petista José Dirceu de Oliveira e Silva considerou que o pedido enviado pela Procuradoria-Geral da República ao STF, para que 36 dos 38 réus no processo do “Mensalão do PT”, não contém “qualquer prova material ou testemunhal” contra ele. Em seu blog, Dirceu afirmou que as acusações feitas pelo procurador-geral Roberto Gurgel são “meras ilações”. “Suas acusações contra mim não trazem qualquer prova material ou testemunhal. São meras ilações extraídas de sua interpretação peculiar sobre minha biografia”, escreveu o deputado cassado.

Não é novidade o fato de o PT, quando em situação de dificuldade, rasgar o discurso do passado e apelar para aquilo que sempre condenou enquanto oposição. José Dirceu, que hoje fala em “ilações”, disse, durante o processo de cassação do mandato do então deputado federal Ricardo Fiúza (PFL-PE), acusado de integrar os “Anões do Orçamento”, que para condenar o parlamentar pernambucano bastavam evidências.

Diferentemente do que afirma José Dirceu, há no processo do “Mensalão do PT” um sem fim de provas, as quais levaram Silvio Pereira, o “Silvinho Land Rover”, a fazer um acordo com o STF, que converteu sua pena em prestação de serviços comunitários. Resumindo, o que um petista fala não pode ser levado a sério.

No contraponto, o ex-comissário palaciano continua exalando preocupação quando conversa com pessoas mais próximas. Segundo apurou o ucho.info, José Dirceu está totalmente empenhado em sua defesa e tem dito aos amigos que só voltará à vida normal depois do julgamento do processo do “Mensalão do PT” no Supremo. Isso mostra que é grande a chance de o STF condenar muitos dos 36 acusados.