Sol quadrado – Reconduzido à Procuradoria-Geral da República, o sisudo Roberto Gurgel ofereceu denúncia contra 36 dos quarenta acusados de envolvimento no escândalo de corrupção que ficou nacionalmente conhecido como “Mensalão do PT”. Da lista inicial de acusados, ficaram de foram o ex-tesoureiro do Partido dos Trabalhadores, Silvio Pereira, o Silvinho “Land Rover”, que fez acordo para prestação de serviços comunitários; o ex-deputado federal José Janene, que morreu recentemente e à época do escândalo desafiou o então presidente Lula, e Luiz Gushiken, contra quem Gurgel não encontrou provas. Antônio Lamas também foi excluído do rol de acusados.
Entre os remanescentes estão José Dirceu de Oliveira e Silva, o Pedro Caroço, ex-chefe da Casa Civil; os deputados federais João Paulo Cunha (PT), presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, e Valdemar Costa Neto, secretário-geral do Partido da República e pivô do escândalo de corrupção no Ministério dos Transportes; o ex-deputado federal Roberto Jefferson, presidente do PTB; Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT e que retornou ao partido recentemente, o publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza, cuja empresa serviu como fonte de alimentação do mensalão; Duda Mendonça, marqueteiro da campanha de Lula em 2002; e José Genoíno, ex-deputado federal pelo PT.
O próximo capítulo dessa fábula putrefata depende do ministro Joaquim Barbosa, do Supremo Tribunal Federal, relator do caso, a quem compete acolher ou rejeitar as denúncias do Ministério Público Federal. Na opinião do procurador Roberto Gurgel, o julgamento do caso do “Mensalão do PT” deve acontecer somente em 2012. Não ocorrendo a prescrição dos crimes, o publicitário Marcos Valério poderá ser condenado a até 527 anos de prisão, enquanto o ex-ministro José Dirceu e o ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, receberiam pena de no máximo 111 anos de reclusão.