Mal humorada, presidente Dilma decide elogiar ministros alvejados pelo implacável fogo amigo

Sem cumprimentos – Desde que assumiu o poder em 1º de janeiro passado, a presidente Dilma Rousseff tem evitado sistematicamente a imprensa. E não foi diferente na solenidade que registrou, nesta segunda-feira (11), os 60 anos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Dilma foi apenas protocolar ao cumprimentar alguns reitores, mas assim que terminou a solenidade se retirou para o seu gabinete sem conversar com os gestores das universidades, como poderia ser de praxe.

Sob fogo cruzado desde a deflagração de uma série de escândalos que surgem a cada semana, Dilma Rousseff cultiva o mau humor que sempre foi sua característica. Para surpresa de muitos, a presidente resolveu lembrar-se dos ministros que estão no alvo do fogo amigo ou são vítimas da própria inoperância.

Em seu discurso, Dilma disse que queria aproveitar para “cumprimentar os ministros que estão sendo citados em notícias que o governo não concorda e que merecem os meus cumprimentos: Mário Negromonte, das Cidades; Pedro Novais, do Turismo; Ana de Hollanda, da Cultura; Orlando Silva, do Esporte; e Afonso Florence, do Desenvolvimento Agrário”.

Dilma Rousseff veio em auxílio de seus assessores torpedeados na mídia. Vem em tom de desabafo e decorre de notícias de que não são prestigiados dentro do governo e que suas atuações seriam alvo de críticas da própria presidente, lembra o jornalista Gil Maranhão, da agência “Política Real”.

Mas a neopetista esqueceu-se de mencionar o casal de ministros Paulo Bernardo da Silva, do Planejamento, e Gleisi Hoffmann, da Casa Civil, que tem sido lembrado em rumorosa operação junto ao Ministério dos Transportes para obter benefícios eleitorais no Paraná.