Projeto do trem-bala não recebe propostas e continua nos evasivos e enganadores discursos palacianos

Furo n’água – Quando a FIFA, em outubro de 2007, anunciou que o Brasil sediaria a Copa do Mundo de 2014, o então presidente Luiz Inácio da Silva, que participou da cerimônia em Zurique, na Suíça, disse que o País realizaria um evento inesquecível. Considerando que até então algumas pessoas ainda acreditava nas palavras de Lula, uma das promessas feitas foi a construção do trem-bala, que ligará as cidades de São Paulo, Campinas e Rio de Janeiro.

Os meses se passaram e ficou claro que o trem de alta velocidade não ficaria pronto para a Copa de 2014. A saída foi anunciar que o trem-bala seria inaugurado antes dos Jogos Olímpicos de 2016, marcados para a capital fluminense. Sem ter essa certeza, o Palácio do Planalto deu seguimento ao processo licitatório, mas a disposição dos investidores de colocar dinheiro no negócio foi minguando com o avanço do tempo.

Marcado para esta segunda-feira (11), após vários adiamentos, o recebimento de propostas foi uma ode ao fracasso. A Agência Nacional de Transportes Terrestres, responsável pela condução do processo, enviou representantes à Bolsa de Valores de São Paulo para receber as propostas, mas nenhum interessado apareceu. Na Bovespa estiveram apenas executivos de empresas detentoras de tecnologia e que desejam participar do negócio na condição de fornecedoras.

O projeto do trem-bala, que continua no papel, teve o custo estimado pelo Planalto em R$ 38 bilhões, mas os consórcios que inicialmente se interessaram pelo negócio calcularam que serão necessários pelo menos R$ 55 bilhões, em valores atuais, para transformar o discurso palaciano em realidade.