No fio da navalha, economia brasileira é refém de ações isoladas e inócuas do governo Dilma

Corda bamba – Desde que chegou ao Palácio do Planalto na condição de presidente da República, Dilma Rousseff tem evitado como pode as declarações oficiais, pois do contrário seria obrigada a responder perguntas sobre a herança maldita deixada por seu antecessor e mentor eleitoral, o messiânico Luiz Inácio da Silva, que durante oito anos mostrou habilidade para ludibriar a opinião pública, que nesse período teve a consciência anestesiada pela fanfarrice palaciana.

Um dos maiores entraves no caminho político da presidente Dilma tem sido o combate à inflação, que por conta das ações utópicas e populistas de Lula tornou-se imune às ações adotadas pelas autoridades econômicas. O mais novo desafio do ministro da Fazenda, Guido Mantega, é conter a valorização do Real frente à moeda norte-america. A baixa cotação do dólar tem dificultado diuturnamente as exportações brasileiras, pois os produtos aqui produzidos sofrem com a falta de competitividade no mercado internacional.

Para frear a desvalorização da moeda ianque, Mantega anunciou medidas mais rígidas para os negócios no mercado futuro de dólar, limitando os valores das operações e exigindo depósitos compulsórios por parte de bancos e instituições financeiras.

O governo federal pode anunciar quantas novas medidas quiser, pois o ingresso de dólar no mercado verde-louro está atrelado às altas taxas de juros. Considerando que por questões técnicas – o que não significa que são acertadas – o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) não deve reduzir a Selic tão cedo, pois assim incentivaria a inflação, Dilma e seus assessores mais próximos devem se dedicar a soluções mais eficazes. Fora isso, o prometido ajuste fiscal se faz necessário, pois trata-se de outro fator que atrai os dólares para o mercado nacional.