No Dia de São Cristóvão, motoristas reclamam da profissão e do abandono por parte dos governos

Proteção ao santo – Nesta segunda-feira (25), dia em que se homenageiam os motoristas, aqueles que estão atrás dos volantes cobram mais atenção do Poder Público, principalmente em relação à segurança. “Nossa profissão continua sendo uma das mais incertas; você sai de casa sem a certeza de voltar”, diz o motorista Lídio Marcolim de 67 anos, morador de Caxias do Sul.

Na manhã de domingo (24), milhares de motoristas participaram em Bauru da tradicional carreata de São Cristóvão, um dos eventos mais esperados na 46ª festa da paróquia que leva o mesmo nome. Duas carreatas em Blumenau (SC) e Limeira (SP) também anteciparam as comemorações em homenagem ao padroeiro. Em Recife, cerca de 200 motoristas que atuam nas diversas secretarias e órgãos da prefeitura participaram nesta manhã de um café da manhã com o prefeito João da Costa (PT).

Caminhoneiro há 43 anos, Lídio conta que a profissão está “abandonada”. “Não temos nenhum privilégio e nenhum cuidado é oferecido a nós caminhoneiros”. Segundo Lídio faltam políticas voltadas aos motoristas, cujo padroeiro é São Cristovão. Além de facilitar a compra de caminhões abaixando os juros, não lembro de nenhuma outra facilidade. Muitos caminhões hoje em dia acarretam mais problemas, porque as estradas estão cada vez mais cheias e com menos estrutura.”

A Federação dos Caminhoneiros Autônomos do Rio Grande do Sul reúne 180 mil profissionais que exercem a profissão de maneira autônoma. “O dia 25 serve para pedirmos proteção a São Cristovão, que é quem cuida por nós”, destaca o presidente da federação, Eder Del Lago. Ele diz que todo dia 25 é feita uma festa e uma procissão para pedir proteção aos caminhoneiros.

“Aqui em Caxias temos uma igreja em formato de caminhão, tamanha a paixão. Nossos dias são ásperos e solitários, então fazemos questão de comemorar o dia que nos é dedicado”.

O taxista Jailson Monteiro, de 58 anos, dirige desde 1978 em Brasília e diz que a vida de motorista sempre foi difícil. “Nossa profissão é uma forma de sobrevivência cansativa, estressante e preocupante”. O profissional diz que a categoria se sente menosprezada e vista com maus olhos por grande parcela da sociedade. “Temos um papel fundamental, por exemplo, no que diz respeito ao turista. O primeiro contato de um turista muitas vezes é com o taxista e isso é ignorado por muita gente, inclusive pelo governo”.

Os motoristas convivem com acidentes nas estradas e isso pode deixar sequelas. O presidente da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia, José Marcus Rotta, diz que é necessário um cuidado especial. “Quando se trata de acidentes automobilísticos não se deve contabilizar apenas as mortes. Em vários casos, a vítima, o motorista, muitas vezes, sofrem lesões ou traumas que deixam sequelas graves”. Com informações são da “Agência Brasil” e de sites de notícia.