Tarso Genro tenta minimizar escândalos nos Transportes, mas coloca o PT em má situação

Papo furado – Governador do Rio Grande do Sul, o peremptório Tarso Genro (PT) disse, na segunda-feira (25), que o problema no Ministério dos Transportes “tem 20 anos” e que há “instabilidade política muito grande” na pasta. “Todo mundo sabe que é um problema que tem 20 anos dentro daquele órgão. É muito bom que a presidenta Dilma tenha modificado todo mundo”, disse o governador petista.

As declarações do chefe do Executivo gaúcho são no mínimo irresponsáveis, pois o PT, legenda que chegou ao poder central a reboque de soluções milagrosas, teve oito anos para extirpar o que Tarso Genro agora tenta atirar no colo da oposição, no melhor estilo herança maldita.

O primeiro viés de sandice que deve ser analisado no palavrório de Tarso Genro é que o Ministério dos Transportes nadou na corrupção com a anuência de Luiz Inácio da Silva, que só conseguiu maioria no Congresso Nacional porque loteou o governo de forma escandalosa e incentivou o “Mensalão do PT”, esquema criminoso gerenciado pelo Palácio do Planalto para cooptar parlamentares.

O segundo destempero discursivo do governador gaúcho repousa sobre a demissão de Hideraldo Caron, que foi ejetado do Departamento de Infraestrutura Rodoviária do DNIT por determinação da presidente Dilma Rousseff. É bom lembrar que Hideraldo Caron engrossa as fileiras do PT e só chegou ao DNIT por conta da sua relação próxima com Genro e o deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS), o mesmo que durante a CPI dos Correios se encontrou, na calada da noite, com o publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza, na garagem do Senado Federal.

A decisão de Dilma Rousseff de demitir Hideraldo Caron foi um recado duro e transverso que a presidente da República enviou a Tarso Genro e principalmente ao ex-presidente Luiz Inácio da Silva, que vem se beneficiando com os escândalos que rondam o Palácio do Planalto e impingem ao governo crises sucessivas.