Perdendo a batalha – Remanescente a era de Luiz Inácio da Silva, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, ganhou fama por antecipar medidas que nem sempre saem do universo dos discursos. E quando isso acontece, a eficácia das mesmas deixa a desejar.
Desde que teve o nome confirmado como um dos integrantes da equipe da presidente Dilma Rousseff, o ministro da Fazenda vem fazendo promessas para conter a inflação e interromper a valorização do Real frente ao dólar. Como se sabe, diferentemente do que anunciam as pesquisas oficiais, a inflação não tem mostrado recuo tão expressivo que possa ser percebido pelo consumidor. Na verdade, os preços continuam subindo, especialmente os de alimentos, como tem alertado o ucho.info nos últimos meses.
Em relação à contínua desvalorização da moeda norte-americana, o governo federal parece estar em descompasso. Na terça-feira (26), o Banco Central patrocinou duas grandes compras de dólares, na tentativa de conter a queda da moeda ianque, mas o resultado foi catastrófico. No final dos negócios, o dólar encerrou o dia cotado a R$ 1,538, a pior taxa desde janeiro de 1999. Ao longo da terça-feira, o dólar chegou a ser vendido a R$ 1,5284.
O governo federal acena com medidas para evitar a continuidade da queda do dólar e não penalizar ainda mais as exportações brasileiras, mas o cenário atual faz parte da estratégia palaciana de conter a disparada da inflação. Em outras palavras, a opinião pública está sendo costumeiramente enganada pelos integrantes do governo.
Fora isso, as medidas adotadas recentemente para reduzir os gastos dos turistas brasileiros no exterior não deram certo. Somente no primeiro semestre deste ano, os brasileiros deixaram, além de nossas fronteiras, incríveis US$ 10,18 bilhões, valor 44,4% maior que os US$ 7,05 bilhões registrados em igual período de 2010.