Presidente da Petrobras e ministro de Minas e Energia não se entendem sobre o preço da gasolina

Fala desconexa – Durante os oito anos da era Luiz Inácio da Silva, a administração do ex-metalúrgico foi marcada por muitos eventos polêmicos, mas um deles, que passou despercebido, merecia maior atenção por parte dos brasileiros. Nesse período, inúmeras foram as vezes em que autoridades federais se desentenderam sobre o mesmo assunto, pois os petistas têm enorme dificuldade para combinar o discurso.

Esse detalhe dos tempos de Lula da Silva parece ter ficado no Palácio do Planalto e na Esplanada dos Ministérios. Não faz muito tempo, a presidente Dilma Rousseff e o ministro Guido Mantega, da Fazenda, adotaram discursos antagônicos sobre a inflação e os gastos públicos. Eleita na condição de tocadora de obras, Dilma inicialmente discordou da ideia de redução dos investimentos federais, o que comprometeria ainda mais o empacado PAC. Mas diante da situação econômica do País a presidente foi obrigada a assimilar o discurso do ministro Mantega.

Agora, a dicotomia planaltina alcançou a gasolina, que em breve deve ter o preço majorado. Pelo menos é isso que defende o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli de Azevedo. O dirigente da estatal petrolífera justificou a necessidade do aumento de preço do combustível com o fato de o Brasil ter alcançado o seu limite no processamento do produto. Situação que deve obrigar a Petrobras a aumentar o volume de importação de gasolina. Atualmente, a petrolífera brasileira já importa gasolina por um preço muito maior do que o repassado às distribuidoras de combustíveis. Para pior o cenário, a produção de etanol caiu em função de problemas enfrentados pela indústria canavieira.

Como nem tudo sai a contento quando os interlocutores deixam de afinar o palavrório, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB-MA), disse que a gasolina não sofrerá qualquer aumento. O presidente da Petrobras rebate dizendo que um reajuste de preços é necessário, como forma de acompanhar o mercado internacional e minimizar as perdas da empresa. Mas Gabrielli garante que não faltará gasolina no País. Resta torcer para que essa turma do primeiro escalão do governo federal aprenda a combinar os discursos, antes de provocar estragos e desqualificar um governo que adota silêncio obsequioso como forma de abafar escândalos.