Ministra fala a aliados para evitar que Congresso seja transformado em delegacia de polícia

Embaixo do tapete – Na rápida entrevista que concedeu aos jornalistas no início da tarde desta terça-feira (2), a presidente Dilma Rousseff (PT) disse, sem titubear, “combateremos sistematicamente” a corrupção. “O governo não irá abraçar nenhum caso de corrupção, mas também não irá se pautar por medidas midiáticas no combate à corrupção. Nós combateremos efetivamente”, declarou a presidente.

Mas não foi exatamente esta ideia que permeou o almoço dos líderes e vice-líderes do governo na Câmara. No apartamento funcional destinado ao deputado Waldir Maranhão (PP-MA), um dos dez vice-líderes da base governista, a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Ideli Salvatti (PT), comentou com os parlamentares sobre a nova estratégia que governo adotará nos próximos meses, conforme o ucho.info antecipou.

A ausência notada no encontro foi do líder do Partido da República, deputado Lincoln Portela. O partido está no olho do furacão que se formou por conta das supostas irregularidades no Ministério dos Transportes, cujas últimas exonerações foram publicadas nesta terça no Diário Oficial da União.

O governo quer evitar que convites sucessivos a ministros sejam aprovados na Câmara. O objetivo é evitar que as mazelas da administração recheiem o discurso da oposição, que nas palavras da ministra pretende “novamente” transformar o Congresso Nacional em delegacia de polícia. Pela sequência de escândalos, não faltariam oportunidades para que as autoridades se explicassem ao Parlamento e à opinião pública.

É o caso, por exemplo, da denúncia de corrupção envolvendo o Ministério da Agricultura. Hoje, o líder do PPS, Rubens Bueno (PR) protocolou na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle requerimento para que o Tribunal de Contas da União (TCU) investigue a denúncia de Oscar Jucá Neto, irmão do líder do governo no Senado Federal, Romero Jucá, do PMDB.

Apesar da nova estratégia do governo, está confirmada para quarta-feira (3) a presença do ministro Wagner Rossi. Ele irá à Câmara dos Deputados para esclarecer supostos casos de desvio de dinheiro de “Jucazinho”.