Peso da história faz expectador demorar a levantar no filme “Incêndios”, de Denis Villeneuve

(*) Carlo Iberê, do CineLux

Perturbador é o mínimo que se pode dizer de “Incêndios”. O filme do diretor Denis Villeneuve é daqueles em que o público demora a levantar e não é porque ficou para acompanhar os créditos. É o peso da história mesmo.

Produzido em 2009, foi considerado o melhor filme canadense de 2010 e chegou a ser indicado ao Oscar. Já está saindo de cartaz, mas se você ainda o encontrar prepare-se e confira a saga de Jeanne Marwan, interpretada pela atriz Mélissa Désormeaux-Poulin.

Jeanne e o irmão Simon (Maxim Gaudette) recebem um testamento das mãos do tabelião Jean Lebel, com quem a mãe deles Nawal Marwan, papel forte e convincentemente interpretado pela atriz belga Lubna Azabal, trabalhou nos últimos anos de vida, e depois de fugir de um país do Oriente Médio durante conflitos entre muçulmanos e cristãos nos anos 60.

O pedido da mãe é que os irmãos entreguem duas cartas, ao pai e a outro irmão que eles desconheciam a existência. Estimulada pelo tabelião, o irmão não aceita inicialmente, Jeanne enfrenta o desafio e parte para os lugarejos onde seus familiares viveram.

Enquanto mostra a busca pelo pai e o irmão, na verdade conta a heróica, sofrida, revolucionária e cruel história da mãe. “Incêndios” talvez tenha um dos finais mais surpreendentes e impactantes dos últimos tempos.