“Sem credibilidade” – O ministro da Agricultura, Wagner Rossi (PMDB), negou “qualquer irregularidade” na Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O ex-deputado está neste momento na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados para prestar esclarecimentos acerca do pagamento de precatório à empresa Caramuru Alimentos e sobre o motivo de exoneração do ex-dirigente Conab, Oscar Jucá Neto. “Foi um destempero, ressentido que quis transformar uma questão estritamente administrativa num problema político”.
O ministro atacou o irmão do senador Romero Jucá (PMDB-RR), que no início desta semana disse ter pedido desculpas à presidente Dilma Rousseff (PT) pelas declarações de Jucá Neto. O ministro disse que o senador “é uma pessoa correta e íntegra” e que ele levou as denúncias do irmão ao seu conhecimento. Wagner disse que foi uma retaliação do ex-diretor demitido da direção da Conab, depois de ser acusado de autorizar pagamento a uma suposta empresa de fachada.
Em entrevista à revista “Veja”, Jucá Neto, conhecido como “Jucazinho”, disse que na Conab “só tem bandido” e acusou o ministro da Agricultura de envolvimento em irregularidades, embora tenha admitido não ter como provar. O líder do PMDB, deputado Henrique Eduardo Alves (RN), manifestou há pouco apoio ao ministro, que foi indicado pelo partido. Ele destacou que, já no último sábado (30), quando a reportagem da “Veja” foi divulgada, Rossi divulgou nota prestando esclarecimentos. “Confiamos integralmente no ministro, na sua história e no seu presente”, disse.
A “Agência Câmara” esclarece que Oscar Jucá foi exonerado, na semana passada, depois que a “Veja” revelou que ele havia autorizado um pagamento de R$ 8 milhões a uma empresa fantasma que já foi ligada à sua família e que hoje tem como sócios um pedreiro e um vendedor de carros.
Entre as irregularidades, Jucazinho citou um acerto com a Caramuru Alimentos para postergar o pagamento de uma dívida em troca de recebimento de propina. O senador Gim Argello (PTB-DF) também foi citado na reportagem como homem influente na Conab e beneficiário de um esquema de venda de terrenos da Conab abaixo do preço de mercado.