Pressionado pelo Palácio do Planalto, o baiano João Durval desiste da CPI dos Transportes no Senado

Senador amarelou – Até a meia-noite – O rolo compresso do Palácio do Planalto, pilotado pelo líder do governo no Senado, Romero Jucá, conseguiu a retirada de um nome do requerimento para a criação da CPI dos Transportes. Na noite de terça-feira (2), o senador João Durval (PDT-BA) informou ao tucano Alvaro Dias (PR) que desistira da pedir a CPI para investigar as supostas falcatruas no Ministério dos Transportes. Assim, ao longo desta quarta-feira (3), o governo deverá apostar todas as fichas no poder de convencimento de Jucá esvaziar a lista já desfalcada por Durval, que deve somar 27 assinaturas, regimentalmente. A oposição tem o tempo como adversário, pois restam apenas 24 horas para alcançar o número de assinaturas necessárias.

Pelo regimento, o prazo se encerra à meia-noite do dia em que o pedido de instalação da comissão for lido no plenário. Ou seja, nesta quarta-feira à meia-noite. Da base aliada, além de Durval, os senadores José Perrela (PDT-MG), Ricardo Ferraço (PMDB-ES) e Reditario Cassol (PP-RO) assinaram o pedido de criação da CPI na terça-feira. Assim, eles tornam-se alvos do “rolo compressor” do governo.

A possibilidade de o governo obter sucesso com a operação “rolo compressor” aumenta, para o desespero da oposição. Uma CPI para o governo de Dilma Rousseff é amarga marca histórica. Assim como será bastante constrangedora a situação de cinco ministros, caso sejam “convidados” a comparecer ao Senado para prestar esclarecimentos sobre suspeitas de corrupção. Como disse certa feita aquele famoso e fanfarrão filósofo de botequim, “nunca antes na história deste país”…