Planalto libera R$ 150 milhões para obras de aliados e prova que Ideli Salvatti é de fato “fraquinha”

Prova dos nove – De fala franca e nem sempre diplomática, o gaúcho Nelson Jobim deixou o Ministério da Defesa depois que a presidente Dilma Vana Rousseff leu e não gostou das declarações sobre as ministras Ideli Salvatti (Relações Institucionais) e Gleisi Hoffmann (Casa Civil). O fato de Jobim ter afirmado que a paranaense Gleisi sequer conhece Brasília pouco pesou na sua demissão. O que colaborou para a sua saída foi ter afirmado que Ideli Salvatti é “fraquinha”.

Como se sabe, Nelson Jobim é dono de verborragia aberta e muitas vezes truculenta, algo que combina com seu corpanzil, mas é preciso reconhecer que foi ele quem conseguiu organizar a pasta da Defesa e conquistar de maneira quase inédita, depois da ditadura militar, a confiança das Forças Armadas.

Acontece que a petista Ideli, que também não esbanja diplomacia, muito pelo contrário, é realmente fraca como articuladora política. Durante sua passagem pelo Senado Federal, Ideli Salvatti atuou como um trator palaciano comandado por controle remoto. Para mostrar que a responsável pela articulação política é de fato “fraquinha”, como teria sugerido Nelson Jobim, o Palácio do Planalto decidiu no apagar das luzes de quinta-feira (4) liberar R$ 150 milhões para pagar obras ligadas a emendas apresentadas anteriormente por parlamentares da base aliada, muitas das quais dormitando na sempre indesejável rubrica “restos a pagar”.

Que o governo da neopetista Dilma Rousseff intentava dar um calote generalizado nos parlamentares todos sabem, mas para manter a banda amestrada da política nacional a presidente entendeu ser melhor abrir os cofres. Daí a falar que Ideli Salvatti esbanja competência é ousadia desmedida de quem não conhece a fundo o mundo político verde-louro.