Em encontro com aliados políticos, Dilma Rousseff acerta operação para esvaziar denúncias de corrupção

Sob o tapete – O grupo de coordenação política da Presidência da República está reunido neste instante com a presidente Dilma Rousseff para discutir assuntos relacionados às recentes denúncias de corrupção em alguns ministérios, começando pelo da Agricultura, comandado pelo peemedebista Wagner Rossi, que no final de semana viu um de seus protegidos, Milton Ortolan, pedir demissão do cargo de secretário-executivo da pasta por conta de envolvimento com lobista.

Líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), ao ser questionado sobre uma possível faxina no Ministério da Agricultura, valeu-se da popular frase “muita calma nesta hora”. Tudo porque o líder governista, que viu o seu irmão, Oscar Jucá Neto, deixar a diretoria financeira da Conab atirando contra Wagner Rossi, sabe que uma profunda assepsia nos ministério provocaria uma enorme perda de espaço político para o PMDB.

Logo após conquistar a vitória nas urnas, Dilma Rousseff foi categórica ao afirmar que seu ministério seria composto por pessoas capacitadas para cada função, mas a necessidade de apoio político no Congresso Nacional obrigou a presidente a abandonar o discurso moralizador. Partidos de oposição e alguns da base aliada pedem isonomia no tratamento das apurações sobre corrupção na Esplanada dos Ministérios, mas o Palácio do Planalto já sinalizou com a inviabilidade desse pleito dos aliados.

Na verdade, o que Dilma tenta fazer a essa altura é colocar a sujeira debaixo da alcatifa presidencial, pois adotar o mesmo critério dispensado ao Partido da República no caso do escândalo do Ministério dos Transportes levaria o governo de Dilma ao fracasso, pois o PMDB é a legenda de maior importância no projeto de apoio ao Planalto.

Ministra-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, a jornalista helena Chagas declarou na tarde desta segunda-feira (8) que não há razão para tirar a confiança do ministro. Já o controlador-geral da União, Jorge Hage, disse que não existe qualquer demanda contra o ministro Wagner Rossi. Em outras palavras, ao depender do apoio do PMDB, a presidente Dilma Rousseff sinaliza que colocará no forno palaciano uma enorme e mal cheirosa pizza. E enquanto a massa cresce, a presidente passa a mão na cabeça dos corruptos.