Assassinato brutal de juíza mostra o despreparo do País para abrigar a Copa do Mundo de 2014

Vergonha oficial – A morte da juíza Patrícia Lourival Acioli, que foi executada por criminosos profissionais quando chegava em casa, em Niterói, começa a patrocinar a escapada de autoridades de suas responsabilidades.

Na última sexta-feira (12), o presidente da Associação dos Magistrados do Rio de Janeiro, Antônio Siqueira, disse que a magistrada, alvo de vinte e um tiros, dispensou a segurança oferecida pelo Tribunal de Justiça. Siqueira falou aos jornalistas durante a troca de comando da Força de Pacificação do complexo de favelas do Alemão, na Zona Norte do Rio de Janeiro.

Na ocasião, o governador Sérgio Cabral Filho (PMDB) alegou desconhecer qualquer pedido de proteção à juíza morta na madrugada de sexta-feira. “Nunca ouvi falar nisso. Estamos firmes na apuração deste caso tão grave e tão sério”, declarou o sempre falastrão Cabral Filho.

O jogo de “empurra-empurra” que começa a predominar no caso da juíza assassinada mostra a inoperância do Estado, que arrecada de maneira voluptuosa, sem dar até mesmo aos seus servidores um mínimo de contrapartida. A ação que culminou com a morte de Patrícia Acioli deixa claro que as Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) têm servido para forçar a migração do crime para outras regiões da capital fluminense, fazendo com que os contribuintes continuem vivendo em um faroeste a céu aberto.

Quando a cidade do Rio de Janeiro disputou com a capital paulista o direito de abrigar temporariamente a sede da FIFA durante a Copa do Mundo de 2014, o prefeito carioca Eduardo Paes (PMDB) foi abusado ao dizer, em tom de galhofa, “Chinelada na paulistada. É humilhante… Mostro a vista e mostro um negócio desses. Vai levar o que pra São Paulo?”.

Na verdade, nenhuma cidade brasileira tem plenas condições para receber jogos da Copa, muito menos Rio e São Paulo, as mais importantes e complexas metrópoles brasileiras. Muito estranhamente, depois do sequestro de um ônibus, ocorrido há dias no centro da cidade do Rio de Janeiro, e do covarde assassinato da juíza Patrícia Acioli, em Niterói, cidade que faz parte da vista mostrada aos representantes da FIFA, o gazeteiro Eduardo Paes simplesmente saiu de cena e adotou silêncio obsequioso.