Longe da realidade – Quem foi ao Estádio Paulo Machado de Carvalho, o Pacaembu, no domingo (14), para ver a partida entre Corinthians e Ceará, encontrou no gramado uma placa da Polícia Militar com frase que pode ser considerada no mínimo ousada: “A segurança que você vê”. Não se sabe se o desejo da PM paulista é fazer referência à segurança no estádio ou se a frase vale para toda a Terra dos Bandeirantes.
Os que acreditaram na mensagem da PM exposta no gramado do Pacaembu pode ter se decepcionado horas após o final da partida válida pelo Campeonato Brasileiro, pois os criminosos voltaram a agir de maneira deliberada na maior cidade do País.
Na noite de domingo (14), uma pizzaria localizada no bairro de Granja Julieta, na região de Santo Amaro, na Zona Sul da capital paulista, foi alvo de mais um arrastão. Em menos de um minuto os marginais levaram tudo o que encontraram no caixa do estabelecimento e em poder dos quase sessenta clientes que comemoravam o Dia dos Pais. Na última sexta-feira (12), uma lanchonete localizada na mesma rua também foi palco de um arrastão. O arrastão de domingo foi o quarto em apenas duas semanas.
Há dias, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse em entrevista que a polícia paulista está atuando fortemente no combate ao crime e que os bandidos estão migrando para outras modalidades criminosas. É fato que administrar o mais rico e importante estado da federação não é tarefa das maias fáceis, mas nem de longe é possível apelar para a mobilidade dos criminosos para justificar a onda de insegurança.
Na última semana, um jornalista foi morto por criminosos no caixa de um supermercado durante assalto. Os bandidos acreditar ser a vítima um policial por causa das roupas que usava no momento do crime.
É importante lembrar que esse tipo de situação é uma aberração que mostra a falência do Estado diante da escalada do crime. Só falta o cidadão ser obrigado a ter em casa um guarda-roupa imune às confusões dos criminosos. Não é de hoje, policiais militares deixaram de estender a farda no varal de casa com medo de represálias às próprias famílias. Fora isso, muitos deles seguem para o trabalho à paisana por questões de segurança.
Levando em conta essa caótica conjuntura, que o governador Geraldo Alckmin e o secretário de Segurança Pública, Antônio Ferreira Pinto, expliquem com urgência a placa fincada no Pacaembu.
