Som de buzinas – O deputado Delegado Protógenes (PCdoB-SP) inaugurou seu lado de correspondente estrangeiro nesta terça-feira (16). Como convidado do Comitê Independente da Líbia, o parlamentar tenta passar pela fronteira da Líbia através da Tunísia numa missão internacional.
Em companhia do deputado está seu colega Brizola Neto (PDT-RJ). Ambos integram uma comitiva de dez brasileiros – alguns jornalistas e “ongueiros” – que pretende relatar a situação do país dominado há décadas pela ditadura de Muammar Al-Khaddafi.
Em seu blog, Protógenes postou há pouco que a OTAN atrapalhou “nossos planos” ontem, bombardeando a rodovia que liga a cidade de Djherba a Trípoli. Esse bombardeio, segundo o deputado, foi exatamente o que permitiu que os rebeldes ocupassem temporariamente a cidade de Zawyiah, a uns 60 km da capital da Líbia.
“Aqui em Túnis, a uns 750km de Trípoli, a gente nem sente influência da Guerra. Só ouvimos o barulho das buzinas. E como tunisiano buzina! O ataque da Otan à rodovia deve ser facilmente identificado com fotos aéreas – mas o espaço aéreo líbio está sob uma “quarentena” da coalizão que se formou ao redor de Kadhafi”.
As informações nos gabinetes dos dois deputados são divergentes. No de Protógenes informa-se que ele retorna na quinta ou na sexta-feira. No escritório de Brizola, a assessoria disse que seu retorno está previsto para o próximo dia 21, domingo. De qualquer forma, os dois viajam com despesas pagas pela ONG Comitê Independente da Líbia, que tem o propósito de levar cerca de 70 comitivas à Líbia. No grupo de 20 comitivas integrado pelos brasileiros, estão duas deputadas norte-americanas, de acordo com a assessoria de Protógenes.
Na Presidência da Câmara dos Deputados informou-se que a viagem dos parlamentares pode ser, sim, considerada como missão oficial. Como os passaportes foram emitidos pela Segunda Secretaria, Protógenes e Brizola Neto terão de apresentar um relatório no site da Transparência (Viagens em Missão Oficial).
No relato de Protógenes, o que chama a atenção é um detalhe no quarto parágrafo, quando ele afirma que “desta forma, fica difícil para uma agência de notícias sacar ao certo como foram impostos os estragos e fica fácil para essa mesma imprensa julgar que essa força rebelde seria capaz de atingir seus objetivos sem o apoio da OTAN”. Protógenes usa seu próprio recurso intelectual na postagem do blog ou se apropria de um relato jornalístico?
“Sem querer usar chavões como “ataque ilegítimo” ou outros do gênero, mas a questão é que a intromissão das forças lideradas por Sarkô e Obama são o mesmo que um exército internacional ajudar a torcida do Brasil de Pelotas a tomar o governo das mãos de Dilma Rousseff. Ou seja: cada povo não deveria ter seu direito de se autodeterminar? Não que a torcida do Brasil de Pelotas não possa se reunir e pensar em invadir Brasília…”
