Senadores explicam discursos contra a corrupção, mas não assinam requerimento para criar CPI

Contra ou não? – Senadores discursaram em favor da presidente Dilma Rousseff contra a corrupção. No entanto, alguns desses parlamentares não assinaram a lista de apoio à abertura da CPI da Corrupção. Até agora, inclusive, estabilizaram-se em 22 assinaturas. A reportagem do ucho.info questionou senadores sobre essa postura. O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) afirmou que não assinou a lista porque o governo está buscando a punição dos responsáveis. “A presidente está demitindo as pessoas responsáveis pelas irregularidades. Se ela não demitisse assinaria sim. Assinei a do Palocci e esperei 19, 20 dias”, justificou. “É preciso colocar os corruptos na cadeia. Não adianta trazê-los para o Congresso. Eles têm que depor diante de policiais”, assinalou.

O senador Pedro Simon (PMDB-RS), que convocou a frente contra a corrupção e de apoio à Dilma Rousseff, também não assinou a lista para pedir a abertura da CPI da Corrupção. Simon argumentou que mesmo com o lançamento da frente contra a corrupção, a hora é se procurar um entendimento. “O PSDB está numa guerra” e não em busca de entendimento. O parlamentar gaúcho lembrou que na época do presidente Fernando Henrique Cardoso os tucanos não assinaram uma CPI sequer. Mas fez questão de destacar que assinou a lista para abertura da CPI do então ministro da Casa Civil, Antonio Palocci Filho.

Para o senador do Rio Grande do Sul, as CPIs estão “desmoralizadas” e frisou que as comissões criadas para investigar os gastos com cartões corporativos e a ONGs contribuíram para essa desmoralização.

Na opinião do senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), a CPI da Corrupção não está em busca da verdade. “Ela se propõe como um jogo de luta política e não pela busca pela verdade. A CPI não tem um objeto. Atenderá mais à luta política do que o interesse em investigar”, argumentou. E afirmou também que a Polícia Federal deve satisfações à sociedade quanto ao fato de ter prendido 35 pessoas que foram soltas em menos de uma semana. “Vamos aguardar os acontecimentos”, finalizou.