Em campanha para voltar ao Planalto, Lula da Silva recua em relação à sucessão presidencial

Jogo duplo – De perfil histriônico, Luiz Inácio da Silva é dono de personalidade dual, cuja alternância é movida por seus próprios interesses. Sem reconhecer a necessidade de se recolher na condição de ex-presidente, Lula continua circulando pelo País e pelo planeta como se o Brasil fosse uma capitania hereditária.

Responsável pelo retorno da inflação e pela lufada de corrupção que sopra sobre a Esplanada dos Ministérios, o ex-metalúrgico iniciou, semanas atrás, um périplo nacional para discutir com lideranças regionais os problemas do Brasil, assuntos da competência da presidente Dilma Rousseff. Considerando que retornar ao Palácio do Planalto em janeiro de 2015 é o seu único sonho de consumo, Lula não se avexa ao fazer campanha para alcançar seu objetivo político. Ademais, o fogo amigo que tem chamuscado o governo da companheira Dilma tem como usina da maldade a cidade de São Bernardo do Campo.

Ao perceber que suas incursões no cenário político poderiam resultar em dividendos negativos, pois a pressão exercida nos bastidores beira a irresponsabilidade, Luiz Inácio fez chegar aos dirigentes petistas a informação de que considera um “tiro no pé” discutir neste momento a disputa presidencial de 2014. O desejo de Lula, de ver o circo político nacional incendiar, chegou à opinião pública pelo ministro Paulo Bernardo da Silva, das Comunicações, que ao jornalista Fernando Rodrigues, da “Folha de S. Paulo”, disse que Dilma e o ex-presidente decidiriam em breve o nome do candidato do PT à próxima eleição presidencial.

Se o objetivo de Lula da Silva é usar o jogo duplo para dissimular qualquer contra-ofensiva de companheiros ligados a Dilma Rousseff, o ministro Paulo Bernardo se presta ao papel de um fantoche sem credibilidade alguma.