Caos anunciado – Meses depois de a FIFA anunciar o Brasil como sede da Copa do Mundo de 2014, o secretário-executivo da entidade máxima do futebol planetário, Jérôme Valcke, externou publicamente sua preocupação com os aeroportos brasileiros, em especial com os das cidades que receberão partidas da competição. Foi o bastante para o então presidente Luiz Inácio da Silva protestar e, de maneira transversa e inominada, chamar Valcke de “idiota”, adjetivo creditado também a todos os que, na opinião de Lula, torcem contra o Brasil. E nesse rol de alvejados estão os jornalistas do ucho.info, sempre responsavelmente combativos e fiéis à realidade dos fatos.
Como sempre frisamos, não se trata de torcer contra o Brasil, até porque seria um ato de irresponsabilidade, mas de relatar aos leitores a forma como o Estado conduz os assuntos relacionados ao País e às suas mais prementes necessidades. Costumeiramente fanfarrão, Lula sempre apelou, e continua apelando, para declarações desbaratadas quando o seu messianismo mambembe é questionado.
Na quarta-feira (17), o coordenador de Infraestrutura do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea), Carlos Campos, afirmou que as obras de ampliação dos aeroportos para a Copa do Mundo não atenderão à demanda de passageiros em 2014, em pelo menos dez localidades. O coordenador do Ipea considerou conservadora a projeção de crescimento de 10% prevista pelas autoridades federais envolvidas na melhoria dos aeroportos brasileiros, muitos dos quais já operando além da capacidade. “O atual plano de investimento não vislumbrou uma projeção adequada para o aumento da demanda”, declarou Carlos Campos.
Depois das críticas de Jérôme Valcke, o então presidente Lula disse que os aeroportos estariam prontos para atender os passageiros que cruzarão o Brasil por causa da competição futebolística, não sem antes ter anunciado investimentos de R$ 5 bilhões para as necessárias reformas e ampliações.
Encerrado o reinado de Lula da Silva, as autoridades federais decidiram revelar a verdade, anunciando que a saída seria apelar para os famosos “puxadinhos” como forma de minimizar o fiasco. Mesmo com esses anunciados remendos, a situação dos aeroportos verde-louros é crítica. “Os terminais provisórios podem ser uma solução para a demanda. Eu investiria muito esforço em terminais provisórios para que o investimento definitivo possa ser feito de maneira mais robusta”, alega o pesquisador do Ipea.
Para piorar ainda mais uma situação que não era das melhores, Carlos Campos destaca que nove aeroportos da Copa não estarão prontos até o evento, caso o governo federal decidir manter o tempo médio de duração das obras de infraestrutura do País.
Dono de soberba conhecida e inatingível quando seus erros ganham as vitrines da verdade, Lula deveria lançar mão de pílulas da humildade e revelar ao mundo quem de fato é “idiota” quando fala sobre os aeroportos brasileiros. Como disse certa feita aquele conhecido e quase sempre ébrio filósofo de botequim, “nunca antes na história deste país”.
