Promessa de Lula não vinga e governo de Sérgio Cabral é culpado pela morte de juíza do RJ

Só promessas – Certa feita, o então presidente Luiz Inácio da Silva ousou dizer que, encerrados os Jogos Pan-Americanos de 2007, a cidade do Rio de Janeiro teria o melhor e mais eficiente sistema de segurança pública do País. É fato que a grande maioria tinha conhecimento que se tratava de mais uma bazófia do ex-metalúrgico, que sob a faixa presidencial ganhou ares de Messias tupiniquim, mas a desenvoltura como o crime organizado age no mais importante cartão-postal verde-louro chega a impressionar as implacáveis organizações mafiosas que atuam na Itália.

Depois de uma sequencia de fatos que marcam a insegurança pública, o Rio de Janeiro foi alcançado por um crime bárbaro que ganhou repercussão internacional e há dez dias não sai das manchetes midiáticas. Trata-se da morte da juíza Patrícia Acioli, conhecida por sua postura dura ao apenar os integrantes de facções criminosas e milícias.

De chofre o Poder Judiciário e o governo fluminense tentaram fugira à responsabilidade, mas a cada dia fica clara a culpa dos dois Poderes no episódio. Depois de clamar por proteção ao Tribunal de Justiça, algo que fez em função das seguidas ameaças de morte, Patrícia Acioli foi assassinada possivelmente por integrantes da Polícia Militar do Rio de Janeiro, que no crime teria utilizado armas e munições da corporação, segundo os primeiros resultados das investigações.

Comandante da Polícia Militar do Rio de Janeiro, o coronel Mário Sérgio Duarte disse na manhã desta segunda-feira (22) uma investigação será aberta para verificar se a munição utilizada no crime pertencia à corporação e foi desviada. “Nós vamos verificar se o estojo de munição usado no crime teria sido desviado da PM. Se isso ficar confirmado, a hipótese de policiais militares envolvidos no crime será reforçada. O desvio da munição pode ter ocorrido não necessariamente do paiol, mas pode ter sido desviado pelo policial que recebeu aquela munição para uso”, declarou o coronel.

Como sempre acontece em tragédias, os governantes procuram se esquivar da responsabilidade. E o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho (PMDB), não foge à regra. Direito à segurança pública consta na Constituição Federal como garantia individual do cidadão. Em meados de 2007, ao lado de Cabral Filho, o então presidente Lula prometeu o que sabia ser impossível cumprir.

A sensação de impunidade que grassa no País e cresceu de forma assustadora depois da chegada de Lula ao poder é responsável pela onda de insegurança que comina as principais cidades brasileiras. Sempre profético, o agora ex-presidente Lula precisa revelar a fonte de inspiração para o bordão que adotou para estocar a oposição: “nunca antes na história deste país”.