Petista e peemedebista são barrados na presidência e relatoria da comissão da reforma do Código Civil

Joio do trigo – Os deputados João Paulo Cunha (PT-SP) e Eduardo Cunha (PMDB-RJ) foram barrados por suas respectivas legendas para compor a presidência a e a relatoria da comissão criada para tratar da reforma do Código Civil. As repercussões foram imediatas. Do lado do PMDB demorou um pouco mais, mas é sabido que muitos nutrem resistência ao nome de Eduardo Cunha. “Foi uma vitória do nosso grupo, que pediu a substituição e quer melhorar a imagem do partido”, disparou o deputado Danilo Forte (PMDB-CE).

O vice-presidente Michel Temer participou da reunião em que Cunha fora informado de que não seria indicado para a relatoria da comissão. Juntamente com o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), que segundo peemedebistas foi duro com ele quando, a duras penas, comunicou a decisão da cúpula do partido. Eduardo Cunha chegou a afirmar ter saído “à revelia” da contenda.

Já no PT, depois de constatada a resistência ao nome de João Paulo sem qualquer perda de tempo retirou a indicação. Inclusive, foi antes de o PMDB ter que desconvidar o pretendente ao cargo de relator; O que determinou a insustentável indicação. A cúpula peemedebista concluiu que o desgaste deveria ser evitado. A postura em princípio irredutível de Cunha agravaria o quadro.

O líder do PMDB justificou o “desconvite” com outro argumento, negando que houvesse a dificuldade com Cunha. “O que pesou foi o apelo da OAB, do Instituto de Advogados, da sociedade. Todos queriam alguém com perfil da área jurídica”, saiu pela tangente.

“Menos pior”

Por sua vez, Eduardo Cunha deu a entender que obedecera ordens superiores, mas sob protestos. “Eu não cedi. O líder que colocou, ele que tira. Mas quero deixar claro que a minha situação não pode ser comparada com a do deputado João Paulo. Não sou réu no Supremo. O Henrique me destituiu, à minha revelia. Mas o líder ter poder, prerrogativa para isso. Não me sinto desmerecido”, disse em tom de rancor.

João Paulo Cunha, por sua vez, saiu do imbróglio alegando falta de tempo. “Estou com muita coisa acumulada e será um trabalho intenso. Também já entra com a embocadura meio errada… esse negócio de presidência e relatoria. Eu não quero entra num desserviço.”

O petista é réu em processo no Supremo Tribunal Federal (STF) no caso Mensalão. O peemedebista, também barrado, responde a inquérito na mesma instância. Será que foi por isso que foram convencidos a pedir para não entrar?