Um dos responsáveis pela crise do PP, Eduardo da Fonte acompanha o calvário de Ricardo Teixeira

Fora do tom – Na última semana, a ministra Ideli Salvatti, da Secretaria de Relações Institucionais, disse que a presidente Dilma Rousseff não interferirá nas crises que marcam alguns partidos da base aliada, mas apenas acompanhará à distância o desdobramento dos fatos. O recado da neopetista Dilma tem endereço certo: o Partido Progressista, que vive uma intifada. O problema decorre da manobra articulada pelo deputado Eduardo da Fonte (PE) e pelos senadores Ciro Nogueira (PI) e Benedito de Lira (AL), que culminou com a derrubada do líder da bancada na Câmara, deputado Nelson Meurer (PP-PR), que foi substituído no cargo pelo paraibano Aguinaldo Ribeiro.

A operação vem sendo questionada nos bastidores progressistas por muitos dos integrantes da legenda, que consideraram uma espécie de traição. O objetivo da articulação foi desgastar o ministro das Cidades, Mário Megromonte (BA), pois há no núcleo que comandou a rebelião gente interessada em ocupar a pasta. Enquanto isso, o deputado pernambucano Eduardo da Fonte continua em seu inferno astral, pois ganha força no Congresso Nacional o movimento “Fora Ricardo Teixeira”, cujo objetivo é defenestrar o presidente da Confederação Brasileira de Futebol, a CBF.

Durante anos, o nefasto Teixeira contou com a leniência de muitos senadores – entre eles José Sarney (PMDB-AP), Renan Calheiros (PMDB-AL), Delcídio Amaral (PT-MS), além do ex-senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) – mas agora a situação começa a mudar. Líder do Democratas, o senador Demóstenes Torres (GO) aderiu à campanha contra Ricardo Teixeira.

Acontece que Eduardo da Fonte, que por ser o 2º vice-presidente da Câmara dos Deputados é responsável pela Corregedoria da Casa, é um conhecido adulador de Ricardo Teixeira. Na recente tentativa de se criar na Câmara uma CPI para investigar o presidente da CBF, o deputado Eduardo da Fonte foi um dos que ajudaram a derrubar a iniciativa. De tal modo, não é errado imaginar o que pode acontecer na Corregedoria da Câmara, uma vez que seu comandante contraria o desejo popular, que há anos quer ver Ricardo Teixeira longe da entidade máxima do futebol nacional.