Movimento pela abertura da CPMI da Corrupção ganha impulso em ato da oposição na Câmara

Não à corrupção – Deputados e senadores da oposição realizaram ato para reforçar a campanha pela abertura da CPMI da Corrupção, nesta quarta-feira (31) na Câmara. Parlamentares do PSDB, DEM, PPS e PSOL entendem que a pressão para que aconteça uma investigação sobre os escabrosos episódios ocorridos na Esplanada do Ministério deverá ganhar o respaldo da sociedade.

Uma ausência foi notada na sala 6 do anexo II. A do senador Aécio Neves (PSDB-MG). A assessoria informou que o parlamentar mineiro estava em reunião no PSDB nacional e divulgou nota sobre o combate à corrupção. “É um movimento, absolutamente, legítimo que vai ficando mais forte à medida que o governo mostra, de forma clara, que não tem a intenção de ele próprio averiguar os malfeitos que ocorrem dentro do governo”, traz o comunicado.

À abertura do ato suprapartidário, o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) explicou o motivo do evento. “O objetivo é reafirmar a posição e a disposição para a instalação da CPI da Corrupção. Nunca em tempo algum uma CPI se justifica”, disse. O senador paranaense crê que o governo faz questão que as irregularidades não sejam investigadas. “A presidente da República não cumpre os compromissos assumidos em campanha, não promove cortes nos gastos, não investiga a corrupção. Não à encenação, não à farsa”, bradou Álvaro. “Não há faxina, portanto, o que há é enganação”, frisou.

Site contra corrupção

Há duas semanas foi lançado o site www.cpidacorrupcao.blogspot.com para incrementar a campanha pela assinatura regimental a fim de viabilizar abertura da CPI da Corrupção. No site há uma lista de parlamentares que assinaram o requerimento para a criação da CPMI e outra dos parlamentares que ainda não assinaram. Caso o cidadão acesse a lista dos que ainda não assinaram, ao clicar sobre o nome do parlamentar enviará um e-mail ao senador ou deputado para pressioná-lo.

As redes sociais, como Facebook e Twitter, entre outras, são utilizadas pela organização do movimento para alavancar a pressão da sociedade. O site foi lançado no dia 16 de agosto. Além disso, o site também disponibiliza espaço para assinar uma petição publica. Até às 16h50 desta quarta-feira (31) haviam 7.593 assinaturas em prol da abertura da CPMI.

Na Câmara, onde são necessárias 171 assinaturas, até agora foram coletadas 126, restando 45. No Senado precisam-se 27, mas até agora foram obtidas 20 assinaturas, restando, assim, sete de um total de 61 parlamentares.

O deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (DEM-BA), o ACM Neto, defende a campanha contra a corrupção e preconiza que ela deva ganhar as ruas. “Para não ter impunidade, tem que ter CPI. E para a CPI ser aberta o povo que quer o combate à corrupção tem que ir para a rua”.

Na opinião do deputado Duarte Nogueira (PSDB-SP) a sociedade tem papel fundamental para a campanha. “Não resta à sociedade brasileira nenhum instrumento senão a instauração da CPI da Corrupção”, destacou.

Para Nogueira, o governo diz uma coisa e faz outra. Ao invés de investigar, procura proteger os aliados. No tocante à preocupação com os gastos, o deputado lembrou que a presidente está distante da Controladoria Geral da União (CGU). “Dilma nunca se reuniu com Jorge Hage em oito meses”, enfatizou.

O deputado Sérgio Guerra (PSDB-PE) reforça o coro contra atuação do governo no combate à corrupção. “Não tem faxina nenhuma e nunca teve a intenção de fazer. A estratégia é proteger e não investigar”, esbravejou.

No dia 7 de setembro está marcado um ato contra a corrupção e pela abertura da CPMI da Corrupção, em todas as capitais do País. Os interessados podem acessar além do site www.cpidacorrupcao.blogspot.com também via Facebook e Twitter.