Controle da imprensa e fim da faxina nos ministérios servem para evitar que escândalos alcancem Lula

Retrocesso vermelho – A participação da presidente Dilma Vana Rousseff no 4º Congresso do Partido dos Trabalhadores, realizado em Brasília, não foi das mais confortáveis e suaves. Na verdade, Dilma foi ao evento para ser “enquadrada” pela cúpula da legenda, pois seu desejo de promover uma faxina no governo, ação que foi interrompida, acabaria expondo as mazelas do governo de Luiz Inácio da Silva, que foi escandalosamente complacente com a corrupção.

Além da possibilidade de mostrar ao País a intimidade de Lula com a corrupção, Dilma perderia o apoio do PMDB, maior partido da chamada base aliada. Alvo de denúncias das mais diversas nas pastas que controla, o PMDB forçou, nos bastidores, o fim da limpeza iniciada pela presidente Dilma Rousseff, algo que só ganhou força e tornou-se viável com o calvário se aproximando do ministro das Comunicações, Paulo Bernardo da Silva, e da chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann.

Fora isso, a decisão do PT de ressuscitar o marco regulatório da imprensa, um verdadeiro atentado contra a democracia e a liberdade de expressão, mostra que o desejo do partido é esconder ao máximo os casos de corrupção em que os “companheiros” se envolveram desde a chegada de Lula ao poder central.

Se de fato Dilma Rousseff tem o desejo político de concorrer à reeleição em 2014, o melhor que pode fazer é enfrentar o virulento status quo deixado por Lula da Silva e partir sem medo para uma profunda limpeza ministerial. Do contrário, os caciques do Partido da República, única legenda alvejada por essa assepsia interrompida, podem a qualquer momento começar a falar o que sabem e o que muitos não gostariam de ouvir.

Em janeiro de 2003, dias após Lula assumir a presidência, os jornalistas do ucho.info alertaram para a necessidade de se deixar de lado a euforia provocada pela chegada do ex-metalúrgico ao Palácio do Planalto e focar a atenção na tentativa de o PT “cubanizar” o País, situação que vem se consumando ao longo dos últimos oito anos. À época, muitos foram os que nos dedicaram críticas, mas a prova está aí. Não se trata de profecia ou futurologia, mas mero exercício de coerência do pensamento, tendo como ponto de partida o conhecido comportamento dos barbudinhos de plantão.