Planalto assiste à briga entre Ricardo Teixeira e a Globo, que atinge Havelange e a Copa América

Chumbo trocado – A queda de braços entre o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, e a Rede Globo de Televisão já dura dois meses. A troca de acusações, que promete capítulos adicionais, alcançou oi presidente de honra da FIFA, João Havelange, ex-sogro de Teixeira. Em recente entrevista concedida à revista “Poder”, Havelange saiu em defesa do ex-genro e acusou a emissora carioca de divulgar informações contra Teixeira por causa de mudanças feitas pela CBF nos horários dos jogos do Campeonato Brasileiro.

“O Ricardo só não serve na hora que não faz as vontades. Enquanto interessou à Globo, era um gênio. No dia em que ele quis tomar uma medida que poderia ferir a emissora, ela se volta contra ele”, afirmou Havelange.

O imbróglio começou em julho passado, quando a “Revista Piauí” publicou uma entrevista em que Teixeira só se preocuparia quando alguma informação contra ele ou a CBF fosse veiculada no Jornal Nacional, o que acabou acontecendo semanas mais tarde. Em 13 de agosto, a Globo levou ao ar, no Jornal Nacional, principal telejornal da emissora, reportagem sobre escândalos de corrupção envolvendo o presidente da CBF, o que representou o fim de um silêncio que durou uma década. Ricardo Teixeira, por sua vez, ameaçou divulgar gravações telefônicas que deixariam a emissora em situação de dificuldade. Antes disso, o presidente da CBF promoveu mudanças nos horários de algumas partidas importantes do Brasileirão, como Corinthians e Grêmio, em uma quarta-feira, e São Paulo e Atlético Mineiro, em uma quinta-feira.

Como moeda de troca, a Vênus Platinada liberou alguns dos integrantes do departamento esportivo para impulsionar o movimento “Fora Teixeira”, que força a saída do cartola do comando da CBF.

Na edição desta segunda-feira (12) da “Folha de S. Paulo”, os jornalistas Eduardo Ohata e Bernardo Itri informam que o presidente da CBF revelou a pessoas próximas que dificultará a vida da Rede Globo na compra dos direitos de transmissão da Copa América de 2015, que acontecerá no Brasil, caso a emissora continue produzindo reportagens contra ele. Ohata e Itri destacam que, além de não estar definido quem venderá os direitos de transmissão da Copa América-2015, as empresas Traffic, do empresário J. Hawilla, e Full Play estão na disputa.

Desde que assumiu a presidência, Dilma Rousseff não tem dado a Ricardo Teixeira a atenção que Luiz Inácio da Silva dispensava ao cartola. Na verdade, Dilma, que não gosta de Teixeira, quer ver o circo da CBF incendiar. Prova maior é a sua proximidade com o presidente do São Paulo Futebol Clube, Juvenal Juvêncio, conhecido desafeto de Teixeira.