Apoio oficial – Depois da intifada que culminou com a queda do líder do PP na Câmara dos Deputados, o partido decidiu reforçar sua participação na seara do Executivo. Na esfera federal comanda o Ministério das Cidades, sob a batuta do baiano Mário Negromonte, alvo do bombardeio orquestrado pelo senador Ciro Nogueira (PP-PI), que quer vê-lo longe da pasta. Na área estadual, o PP vem costurando uma aproximação com dividendos na administração do governador Raimundo Colombo, de Santa Catarina, que saiu do Democratas para ser a primeira estrela do PSD.
A negociação acontece há duas semanas, mas nos últimos dias aconteceram reuniões entre os caciques do PP e o governador Colombo. A participação do partido, portanto, no governo é só uma questão de tempo.
O jornalista Moacir Pereira, que acompanha a política catarinense há mais de três décadas, comentou nesta manhã que há quem faça previsões que esta possibilidade não está muito distante. Líderes chegam a admitir que seja no fim do ano. Outros, mais cautelosos, indicam o mês de fevereiro de 2012, prazo fixado por Colombo para a substituição de todos os secretários e diretores que decidirem disputar as eleições municipais.
Os dois encontros, inéditos e históricos, aconteceram na Casa da Agronômica, sede do Executivo catarinense. O primeiro, com um jantar oferecido pelo governador aos deputados e prefeitos do PP, presente o líder e coordenador desta aproximação política, o presidente estadual Joares Ponticelli. O segundo, com almoço aos deputados estaduais de todos os partidos, exclusivamente para uma prestação de contas sobre as ações do governo estadual na delicada questão das enchentes que castigam o Estado.
A conversa exclusiva com os progressistas teve a expressiva participação de 48 dos 55 prefeitos municipais. Só não foram os que estavam impedidos. Jandir Bellini, de Itajaí, porque recepcionava o ministro da Pesca, Luiz Sérgio de Oliveira, e outros porque estavam viajando ou com compromissos em Brasília. Dois deputados faltaram porque também cumpriam missões no Planalto Central.
O deputado federal João Pizzolatti disse, por telefone, que o apoio do partido ao governo catarinense não tem contrapartida de cargos, mas, sim, apoio aos prefeitos da legenda. Pizzolatti lembrou que dos dois deputados federais, apenas Esperidião Amin não endossou o apoio ao governo de Raimundo Colombo. Os cinco deputados estaduais do PP também apoiam a operação.