Xis da questão – A decisão do governo federal de aumentar em trinta pontos percentuais o IPI sobre carros importados, o que deixará os modelos estrangeiros até 28% mais caro, pode não surtir o efeito esperado. A medida, anunciada na quinta-feira (15) pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, é mais uma ação oficial para minimizar o caos que ronda o setor automobilístico do País. Com estoques acima do planejado, as montadoras, em parceria com as concessionárias, passaram a oferecer descontos que chegam a R$ 7 mil, dependendo do carro.
O gargalo que surgiu diante das fabricantes de automóveis não está calcado apenas na extorsiva carga tributária nacional, mas no resultado de um pedido irresponsável feito por Luiz Inácio da Silva, em 2008. Quando, no final daquele ano, a crise financeira internacional singrava os mares na direção do Brasil, Lula ocupou os meios de comunicação para pedir aos brasileiros que mantivessem em níveis elevados o consumo, como forma de minimizar os efeitos daquilo que o messiânico petista decidiu galhofeiramente chamar de “marolinha”.
Na ocasião, os jornalistas do ucho.info alertaram para o perigo do repentino endividamento das famílias brasileiras e o consequente crescimento da inadimplência. À época, Lula decidiu que os que faziam esse tipo de alerta torciam contra o País. Na verdade, o que fizemos foi cumprir o que reza o bom jornalismo e destacar a chegada inevitável de um perigo conhecido. E os números atuais comprovam o nosso alerta de então.
As dificuldades enfrentadas pelo setor automobilístico estão não apenas na concorrência predatória dos modelos asiáticos, mas no fato de que nos últimos meses bancos e financeiras passaram a recusar um número muito maior de pedidos de financiamento de automóveis. E sem crédito qualquer setor, comercial ou industrial, para. O problema por enquanto está na seara das montadoras, mas a continuar assim chegará rapidamente a outros segmentos. Como disse certa feita um conhecido filósofo de botequim, “nunca antes na história deste país”…